31 outubro, 2009

Máscara das Sombras - Parte 10



Os dois foram ao Japão. Passaram primeiro por Tóquio. Sayuri queria levar Nestor ao seu mestre, Kastumoto Koda (por favor, não troque o K pelo f), um especialista nas artes marciais japonesas, em especial o ninjutsu. Foram acolhidos pela filha de Katsumoto, Midore. Ela levou Nestor e Sayuri aos pontos principais da cidade e a noite na melhor danceteria.

No dia seguinte, foram ao dojo de Katsumoto, um local escondido dentro de um parque ecológico. Além de mestre em artes marciais, Katsumoto era advogado, professor de filosofia e treinava uma equipe especial do governo japonês. Simplesmente era o cara. Ao chegar na sala principal, deparam-se com o dito cujo, uma figura de uns 50 anos, alto, forte, cabelo curto grisalho e cavanhaque. Midore e Sayuri (em japonês) apresentaram Nestor. Katsumoto tomou a palavra no idioma de Nestor:

- Bem vindo Nestô. Eu estive no país seu há muito anos. Ajudei abrir escola de luta de irmão meu. Eu falar muito bem a seu idioma! (Percebe-se hein!) Sayuri me dizer que ter talento para o luta, né? O que querer de arte marcial?

Nestor disse:

- Saudações mestre Katsumoto! Eu aprecio a luta como uma forma de treinamento para a mente e o corpo, além de uma possiblilidade de defesa e justiça. Sempre sofri injustiças desde pequeno. Além dos sofrimentos próprios, sempre vi pessoas próximas ou não, sofrerem humilhações, sem poder fazer nada.

Katsumoto olhou intrigado e disse em inglês:

- Não é uma má intenção, mas o risco de se tornar vingativo é muito grande. A arte marcial é para a defesa em último dos casos. Através dos exercícios praticados, usamos como uma analogia para enfrentar as situações do cotidiano de forma sábia. A ação física é recurso em último caso. No treinamento você terá que aprender domar tigre que há dentro de ti, para que você nasça a tranqüilidade de um cordeiro. Você começa na próxima semana, porque tem que descansar e sentir-se bem acolhido! Ok?

Nestor fez um gesto com a cabeça e sentia-se como num filme de artes marciais, com o mestre sábio e perfeito que todos querem ter. Junto de Sayuri e da nova amiga Midore, Nestor descansou o corpo, a mente e o espírito para o tão esperado treinamento.

30 outubro, 2009

Máscara das Sombras – Parte 9

Ao fim do ano, Nestor já tinha desenvolvido bem as habilidades nos esportes praticados, além de melhorar o inglês com Sayuri. Os dois eram como unha e carne. Um dia, Sayuri vai ao ginásio para ver Nestor treinar. Admirada com a habilidade do amigo, desafia ele para uma luta no tatame. Surpreso, Nestor nega, tratando-se de uma mulher. Sayuri insiste, dizendo que não era nada de mais. Nestor começa com uns golpes de boxe. Sayuri se esquiva com facilidade e dá um chute giratório na cara de Nestor. Mesmo que fosse estranho lutar com uma mulher, Nestor agarra Sayuri e derruba-a, só que ela levanta-se rapidamente, pegando Nestor pelo kimono e jogando-o longe. Ao se levantar da queda, Sayuri desaparece. Nestor olha para os lados e nada. De repente, do teto, Nestor vê um pé vindo na sua direção e....bum!! Bem na cara!

Pareceu um sonho, mas não foi. Nestor sentia-se um “condor”, com dor de cabeça, dor na coluna etc. Ao abrir os olhos, percebe que está de pijama na cama, mas no quarto de....Sayuri! Sente-se espantado e sem graça. Aparece Sayuri com o seu costumeiro olhar doce e pergunta a Nestor como está. Ele diz que bem, mas questiona:

- Sayuri, você me trocou?

- Sim. Qual problema?

- Eu...eu....eu....

- Ah, Nestor! Já trocar meus irmãos inúmeras vezes. Nada que me surpreenda!

Nestor ficou vermelho igual um tomate pela situação. Nisto Sayuri propôs um convite: ir com ela de férias ao Japão, tanto para passear como para aprender as habilidades que ele viu de Sayuri. Lembrando-se da visão do Máscara das sombras, Nestor viu o quanto era providencial........

28 outubro, 2009

Máscara das Sombras – Parte 8

Sobre Karen, Nestor virou a página. Pouco tempo depois, ganhou da empresa que trabalhava um bolsa de estudos em Cambridge, Inglaterra, para estudar literatura e lingüística por 4 anos. Após a conclusão da faculdade, Nestor iria trabalhar dois anos numa filial da empresa em Londres. Era uma nova fase na vida do jovem, rodeada de paqueras, amigos, passeios, festas e novas experiências.

Dentro da faculdade, ele tinha aulas de judô, boxe e esgrima gratuitamente (claro gente, 1º mundo é outra história). As atividades faziam bem para a cabeça de Nestor, abrindo-lhe novos horizontes. Claro, que ele não se esqueceu do motor da sua mudança de vida: Máscara das Sombras. Um dia, indo para o teatro da faculdade, Nestor é atropelado por uma apressada jovem. Logo, toma um belo de um tombo. Ainda que tonto, observa as pernas de quem causou. Olha mais acima de forma minuciosa: magra, estatura média (por volta de 1,63 cm), branca, cabelo liso escuro, olhos puxados. Sim, uma oriental. Ela, sem graça, diz com um sotaque carregado:

- Por favor, me desculpar! Ser nova em Inglaterra.

- Tudo bem. Também eu ter dificuldade com a idioma. Tenta dizer Nestor em inglês.

Curiosa, a jovem pergunta:

- Ser de onde?

- São Paulo, Brazil. E você?

- Kyoto, Japon!


Esforçando-se no inglês, pergunta Nestor:

- Qual...o seu nome?

- Sayuri Okayda. E nome seu?

- Nestor Alcântara.

- Como?

- Nestor.

- Ne...tô?

- Não, Nestor.

-Nesstuô?


E ambos deram risada por serem estrangeiros naquela terra. Continuaram a conversar a ponto de perderem a aula. Uma vez perdida a aula com aquela situação, decidem tomar um café, para contrariar o costume britânico do chá .

26 outubro, 2009

Máscara das Sombras - Parte 7

- Não Nestor, por favor.
- Por que não? Questiona Nestor.
- Falemos depois Nestor.


Após o filme, foram tomar um café. Num clima de silêncio, Nestor inicia:

- Por que eu não tenho chance contigo?
- Nestor, você é um rapaz admirável, inteligente, educado, mas...mas....
- Mas o quê? Questiona Nestor.
- Você não é o tipo de homem que eu quero!

A frase soou como uma espada indo ao estômago. Nestor fala:

- Mas o que eu não tenho?

Karen respondeu:

- Não sei te dizer...você tem tudo de um bom rapaz, mas te vejo como um...amigo. Sei lá, você é muito sério, muito...certinho!
Puto da vida, ele respondeu:

- Certo você diz com toda a autoridade, como se entendesse de relacionamentos! Tudo bem procure um destes patéticos malhados de academia, sem um pingo de raciocínio ou cultura ou um destes sujeitinhos pagodeiros, funkeiros, maconheiros e todos os eiros que você queira Karen!

-Nestor se acalme...

-Calma o cacete! Diz Nestor irado.
- Nestor, eu...

- Olha Karen, estou cansado de não conseguir nada! De todas as minhas tentativas resultarem num desprezo ou de ficar para amigo. Estou cansado disso!

Começam sair lágrimas dos olhos de Karen. Chorando, ela diz:

- Nestor...

-A conta está paga. Tchau, fica com Deus! Despede-se Nestor num tom seco e desprezível, deixando Karen chorando na cafeteria.

Máscara das Sombras - Parte 6

O misterioso vulto não apareceu mais. A vida decorreu normalmente para Nestor: faculdade, casa, Igreja e trabalho. Ainda sim, queria desenvolver melhor as habilidades adquiridas com a pancada no parque. A vida de trabalhador e estudante não permitia a Nestor este tipo de regalia. Afinal, pensava ele: “Não sou o Batman para ter toda a estrutura do mundo!”

Uns meses mais tarde, ganhando melhor, Nestor foi morar sozinho próximo ao centro da cidade. Com um aluguel razoável, sobrava ainda para as despesas (manutenção, alimentação e higiene) e para algum tipo de vaidade. A vaidade do herói em potencial era ler. Antes, comprava apenas romances e literaturas. Agora, livros de combates, estratégias, técnicas de persuasão e até de interpretação. Após a pancada, Nestor se tornou extremamente perfeccionista. Devorava os livros, obtinha noções, mas sem praticar, tudo era muito vago. Tinha o desejo de aprimorar aquilo que a pancada na cabeça lhe concedeu, mas não bastava usar em situações reais, se não tivesse um bom suporte.

Claro que a pancada na cabeça não deixou Nestor totalmente fora de órbita. Nutria alguma ilusão por Karen. Decidiu utilizar o conhecimento adquiridos nos livros a seu favor. Cortou o cabelo deixando espetadinho, comprou roupas mais novas, fez a barba, além de habituar ao uso de perfume (mesmo que achasse isso coisa de gente fútil e fresca). As pessoas começaram reparar em Nestor. O jovem que, antes era calado e tímido, agora era o senhor simpatia, com um bom dia sempre cativante. Karen ficou impressionada com a transformação de Nestor. Percebendo que chamava a atenção de sua inspiração, a auto-estima de Nestor foi para as alturas!

Tempos depois, Nestor conseguiu o que tanto queria: sair com Karen. Foram ao cinema e assistiram a um romance. Entusiasmado com o filme, Nestor tenta beijar Karen. Doce ilusão....

Máscara das Sombras - Parte 5

Era uma figura sombria, enigmática e imponente. Aparentava ser um homem, alto, com uma capa preta igual a dos monges, encapuzado. O seu rosto era coberto por uma máscara prateada, com traços de rosto humano. Os olhos eram da cor de rubi e brilhavam com força. Espantado com a situação, Nestor perguntou quem era. Numa voz rouca e distante, o vulto proclamou:

- Você e eu somos um!

Nestor não entendeu. Novamente perguntou. O vulto se aproximou e disse:

- Desde pequeno, fostes desprezado em todos os locais que esteve. Nunca conseguiu sem enquadrar! O mundo te tratou como um fracasso. Em certas situações, por mais mérito que você tinha, era sempre dado como uma “sombra” de um outro que se destacava.


- Você ainda não entendeu! Lembre-se da noite em que foi atacado. Depois daquela pancada, você se tornou outro! A pancada foi apenas um elemento para desencadear o tesouro que estava escondido! Foi em meio a uma situação tenebrosa que a luz das suas capacidades emergiram! Não percebes a importância de tudo isto?

- Tens que moldar todo este tesouro. O tempo e os acontecimentos te darão o discernimento necessário. Nas sombras é que encontra o teu crescimento! Mas para que o mundo não perceba totalmente a preciosidade que carregas dentro! Precisas de uma fachada, de uma máscara! Tudo ao seu tempo!


O vulto o deixou. Nestor se encontrava atormentado, questionando se aquilo era um fruto da imaginação, alguém real, um fantasma, um anjo ou um prefácio da própria morte, uma vez que sempre a procurou.

25 outubro, 2009

Máscara das Sombras - Parte 4

Passam os dias e a cada instante, Nestor se sente um homem novo. Um dia, Gabriel, um rapaz arrogante do seu serviço, chamou Nestor de monstro devido aos hematomas. Este por sua vez, disse: “Antes ter cara de monstro, do que ter esta cara de bolacha trakinas igual a tua!”. As pessoas próximas riram, deixando Gabriel muito bravo. No término do expediente Gabriel, junto de dois outros colegas, encurralaram Nestor no vestiário. Gabriel, cheio de raiva, diz a Nestor que pagará caro pela humilhação.

Os dois colegas ao lado de Gabriel correm na direção de Nestor para bater nele. Este se defende dos agressores. Em um joga a sua bolsa e no outro, chuta a canela. O que levou a bolsa na cara agarra Nestor por trás, mas este pisa-lhe no pé, chuta as partes sensíveis e dá uma cotovelada no nariz. Gabriel fica impressionado, mas corre em direção de Nestor que por sua vez, tomando impulso, “dá uma voadora com os dois pés”. O impacto da paulada foi tão grande que Gabriel ficou sem ar, implorando desculpas. Nestor deixou-os ali, rindo da fraqueza deles.

As novas habilidades de Nestor não eram usadas para o bem próprio, mas daqueles que ele podia ajudar. Salvou pessoas de trombadinhas, de cachorro raivoso e até de trambiqueiros do centro. Uma ocasião, Nestor vê uma mulher que está sendo levada por três homens em direção a favela. Segue-os até o barraco e percebe que a mulher, além de roubada, será violentada pelos homens. Ele grita, para atraí-los. Quando sai um, Nestor dá uma pedrada na cara do malfeitor e chuta-lhe o estômago. O segundo sai armado com uma faca. Nestor joga terra nos olhos deste chuta-lhe a cara. Faltava o terceiro que estava despindo a vítima. Esta gritava por socorro. Nestor corre no barraco e pula em cima do agressor, bate no agressor até o ponto de clamar misericórdia. Nestor deixa o cara e leva a vítima até a delegacia. Entram e Nestor dá depoimento aos policiais. A vítima confirma toda a ação de Nestor. Os policiais admiram a bravura de Nestor, mas repreende-o pelo risco e pedem para que ele não fique bancando o herói.

Ao chegar em casa, Nestor vai direto para cama. Ao acordar de madrugada, depara-se com uma misteriosa figura na sua frente.......

22 outubro, 2009

Máscara das Sombras - Parte 3

Nestor acordou e a cabeça latejava de dor. Havia sangue próximo da nuca. Olhou ao seu redor e percebia que estava numa espécie de gueto. Pouco a frente, próximo de uma fogueira estava de costas o seu seqüestrador, aquecendo-se. Este vira e diz: “Rostinho bonitinho....papai trata com carinho! Hahahahaha!!!!” Com esta risada malvada, Nestor sentia novos instintos, uma força que não sentira antes. Seus olhos, antes medrosos e confusos, agora se centravam com convicção para aquele que lhe tinha causado a dor.

Movido pela raiva, Nestor salta em cima do cara, derruba-o e começa socar com muita força. O estuprador chuta-lhe o estômago e diz com raiva: “Se quer brincar de papai e mamãe, você verá o poder do papai!" Furioso, parte para cima de Nestor. Este consegue algo incrível: concentrar-se no adversário com uma visão de câmera lenta! Ele acerta um chute bem na canela do estuprador, derruba, pisa em seu estômago, até sair sangue pela boca. Pensa em matá-lo, mas sabe que um cara deste precisava sofrer lentamente! Deixou-o próximo a guarita do parque, sem que ninguém percebesse.

No dia seguinte, ao tomar café em casa, viu pelo jornal da TV: "Achado o misterioso estuprador que atacava no parque central. Paulo Schneider será transferido para Campo Grande!"

Nestor ria por dentro, percebendo uma nova página da sua vida.

Máscara das Sombras - Parte 2



O recomeço não foi nada fácil para Nestor. Pessoas que tinham consideração por ele devido a vocação religiosa desprezaram-no. No entanto, tua família e amigos próximos não. Levou tempo, mas virou a página. Começou a trabalhar numa editora e estudava num curso preparatório a noite. Para se distrair, lia livros (hábito adquirido no mosteiro) e ia ao cinema. Procurava fazer novas amizades e tentava paquerar. Era mais fácil fazer amigos!

Passado uns meses, Nestor é promovido na editora como assistente do departamento de tradução e letras. Começou a ser notado pelas pessoas (óbvio). Nestor voltou o seu olhar para Karen, uma assistente do departamento financeiro. Era uma moça simpática, bonita, por volta de 20 anos. Procurava conhecer a jovem. Sempre treinava para chamá-la para sair, mas nunca ia para a prática, sempre perdia para outro. Aos 23 anos, Nestor sentia-se um jovem fracassado em relacionar-se. Procurou ajuda em vários especialistas, mas nada resolvia. Tocava o barco como podia.

Uma noite, correndo dentro um parque ambiental, Nestor percebe a presença de um vulto próxima do vestuário. Mesmo assustado, procura saber o que é. Vai ao vestuário, mas nada encontra. Continua o seu Cooper noturno e percebe o misterioso vulto. Continua correr a ponto de chegar a uma parte do parque sem luz ou qualquer referência. Pensa em voltar, mas é surpreendido pelo misterioso vulto: um homem alto, cego de um olho, com os lábios secos e os dentes podres. Com força nos braços, a sinistra figura joga Nestor em direção a arvore para fazer algum tipo de mal. Nestor, ainda que machucado, corre muito rápido. O seu perseguidor corre com mais velocidade, pegando Nestor pela camisa e jogando-o com força. Nestor bate a cabeça e perde os sentidos.

Distante do parque, num beco de mendigos, o misterioso algoz leva Nestor com uma finalidade: violentá-lo. Mal sabe ele, o que a pancada fez na cabeça de sua vítima.....

20 outubro, 2009

Máscara das Sombras – Parte I


Estava jorrando sangue por todo o corpo. Delirava de febre, junto de uma tempestade que se empunha com força. Gemia de dor, mas moralmente, sentia-se senhor! Em meio ao delírio, gritava:

- Você e eu somos um! Você e eu somos um! Ó Máscara das sombras! Face que oculta os meus medos, anseios e desejos, fazendo-me forte! Extremamente forte!Tu, que fostes fruto dos meus devaneios, agora és a realidade absoluta do meu ser! Juntos, somos uma unidade, um conjunto, uma verdadeira arma! E ria com todo o sarcasmo até que...

Nestor Alcântara Callao veio de uma família comum. Seu pai trabalhava com retos projetores no cinema do centro. Sua mãe era do lar. Tinha um irmão mais velho. Sempre foi calado, nunca deu trabalho. Por seu comportamento, nunca foi em se relacionar com outras pessoas. Sendo na escola, na Igreja, na vizinhança, Nestor era o patinho feio do pedaço. Acanhado que só. Refugiava-se na TV, nos games e nos heróis que faziam sonhar em ser alguém melhor. Assim foi a sua infância.

Para animar, sua mãe dizia que ele seria um rapaz bonito (por mais feioso que seja a mãe sempre acha o filho bonito!). Doce ilusão! Na adolescência, ficou magrelo, cabelo crespo, nariz de tucano, orelhas grandes e olhos de peixe morto! Pobre coitado! Era humilhado no colégio. Chegava em casa e chorava no quarto! Em suas pobres orações, acreditava que o próximo ano seria melhor...doce ilusão!

Das inúmeras tentativas de conquistas amorosas, nenhuma obteve bom resultado. Numa, de tanta humilhação que sofreu, pensou em se jogar da laje de sua casa. No entanto, pelo temor religioso e complacência aos seus pais, não o fez. Passaram-se uns anos na vida Dele. Aos19 anos é aceito num mosteiro religioso, por onde permanece por quase 4 anos. Os dois primeiros anos foram de grande aprendizado e crescimento interior. Nos dois últimos anos, de aflição e depressão. Devido aos vários conflitos de identidade mal resolvidos, Nestor deixa o mosteiro e retorna a sua cidade, levando uma vida “normal”.

15 outubro, 2009

A casa do vizinho - Final

Daniel sobreviveu. Escondeu-se em vários reformatórios, passou pela FEBEM. Conseguiu esconder os seus poderes e tornou-se fuzileiro. Passam-se os anos. Joana era uma bela moça de 30 anos, formada em biomedicina e atuando num laboratório que faz pesquisas para o governo. Ela descobre que o governo está caçando vários de sua espécie para formar um super exército, para futuras operações internacionais. Numa visita, Joana é apresentada a um conceituado e jovem engenheiro das forças armadas: Daniel.

Joana fica impressionada e pensa: Será que é ele? O jovem militar fica com os olhos brilhantes e pensa o mesmo. Ele diz: Dra. Joana? Você não morava em....em. De emoção em perceber que a menina dos olhos estava viva e agora uma bela mulher, chora. Joana não se agüenta e exclama: Meu vizinho Daniel! Meu doce vizinho! Daniel fica sem palavras. Joana abraça-o. Daniel a beija com toda alegria e sentimento. Parecia um sonho! Mas era real. Os anos haviam separados, mas se reencontraram pelo desejo que ambos semearam no coração!

Ma e os seus pais? Para onde foram? Estavam vivos? Eis uma questão para resolverem, além de um conflito que estava para começar. Bastava ver na televisão da sala, um canal mostrando uma explosão, o anúncio de um conflito......... só que esta é uma outra história!

A casa do vizinho - Parte VII

Com a forte narração de seu pai, Joana fica impressionada. Descobre que o sofrimento dos seus antepassados na 2°Guerra foi pior do que os livros contaram na escola. Pensava consigo: Qual será o meu poder? Curiosa, começa a treinar no quintal. Tenta voar, mas não sai do chão. Tenta levantar o carro de seu pai, mas só fica fatigada. A tentativa mais frustrada foi correr pelas paredes como nos filmes, só conseguiu ficar com a cara machucada! Qual seria o poder de Joana?

Intrigada pede ajuda a Daniel. De bom grado inicia um treinamento com ela, mas sem muitos resultados. Um dia, na escola, ao ver um colega de classe sendo humilhado no meio do pátio, Joana vai ao seu auxílio, pede com diplomacia aos agressores que parem, mas sem resultado. Um agressor joga Joana para longe, ato que desperta a fúria dela. E não só a raiva, mas algo novo: dos braços de Joana saem raios que vão envolvendo o corpo dela. Enfurecida e sem conseguir controlar o novo poder, dispara vários raios nos agressores, deixando-os pior que churrasco do centro!

Assustada, Joana foge da escola. Ao chegar em casa, seus pais ficam assustados com a história e para o bem dela, pedem que ela fuja, para não ser pega. Antes de ir, vai ao vizinho que já não era um estranho e sim Daniel, um bom amigo. Preocupado, quer ir junto, mas Joana não permite. Daniel quer insistir, mas Joana põe a mão na boca dele e diz: Obrigado por fazer parte da minha vida. Você foi o prefácio de uma nova etapa! Custe o que custar, te reencontrarei! E deu-lhe um beijo na testa.

Como a polícia estaria em todos os aeroportos e terminais, o pai de Joana leva-a até a divisa. Dali, Joana é escondida num convento católico. Assim foi! Poucos dias depois, a polícia, junto das forças especiais levaria os pais de Joana e Daniel para uma área isolada. Como de praxe, os detalhes foram abafados pela mídia. Triste, Joana sente-se sozinha e dentro de si pergunta: Onde estarão os meus pais? E o Daniel?

01 outubro, 2009

A casa do Vizinho - Parte VI

O pai vai a casa do vizinho resolver seus assuntos tão importantes, e com isso deixa Joana aflita. Sem saber o que fazer ele decidi ir na casa do vizinho ver se o menino não estava simplesmente caçoando de sua. O que é muito comum entre crianças. Ao olhar pela janela ela identifica a diferença que Daniel comentara, e percebe que seu pai já sabia da diferença, pior que isso, seu pai é como eles. Ela sem pensar entra na sala e atrai todos os olhares surpresos por sua presença, mas ela não consegue falar nada ao ver seu pai segurando a mobilia da sala com uma única mão. Neste momento ele a leva para a cozinha a fim de explicar o porque destas habilidades especiais - dele, da familia do vizinho e de sua própria familia. "minha menina, o que acontece é que nossos avós sofreram muito em seu tempo, e como muitos outros foram levados a campos, onde receberam doses muito altas de componentes quimicos, que teriam os matados, mas teve efeito contrário com alguns deles, fazendo os ficar mais forte. E isso, para nossa surpresa, foi passado genéticamente para seus descentes. Nós", a menina ouve seu pai atonita com esta história louca, e começa a pensar qual seria a sua habilidade.