20 dezembro, 2009

Máscara das Sombras - Parte 27

Após passar pelo cemitério, Nestor continuou a investigar mais sobre Diogo. Através de muitos depoimentos de outros amigos, começou a levantar suspeitas sobre a personalidade e conduta dele. Pensava : “ Como um cara que acreditava em Deus e aparentemente era um bom homem, tinha uma tendência tão vingativa e até má? Por que tanta dualidade num cara?”

Com os depoimentos duplos sobre Diogo Kubota, Nestor começou a ter uma idéia absurda:“ Poderia ser ele o Coração das Trevas?” O absurdo raciocínio partiu de um filme de Bruce Lee, no qual o seu personagem simulava a própria morte para agir escondido. Obcecado com a coincidência de ter a vida tão parecida com a de Diogo, Nestor decidiu ir a fundo: ir ao cemitério de noite para explorar o túmulo. Assim o fez como Máscara das Sombras.

0hs. No meio da escuridão, Máscara das Sombras andava com sossego. Chegou ao túmulo, tirou a tampa, começou a cavar. Depois de meia hora, empurrou o caixão e a golpes, abriu-o e....bingo! O raciocínio estava mais do que correto! Não havia corpo no caixão! Agora era preciso investigar mais, para saber se isto tinha ligação com o Coração das Trevas. Ao sair do túmulo, Máscara das Sombras se depara com um forte flash no rosto. Eram Débora e Felipe. Com os olhos enfurecidos e a voz firme, disse ela:

- Sua sombra maldita! Desrespeitando o túmulo do nosso amigo! Coisa ruim! Você não é um herói! Deve ser.....

- Sinto em desapontá-la fotógrafa...o corpo do seu amigo não está no caixão! Ele....

- Mentiroso....muita coincidência para um dia só! Seu......

-Calma Débora! – Interrompeu Felipe.- Temos uma foto deste cara. Levaremos a imprensa e as autoridades saberão....

De repente, chegaram umas motos ao redor deles. Eram os serviçais do Coração das Trevas. Com espadas nas mãos, um se posicionou a falar:

- Foi mais fácil atrair do que o mestre pensou! Então você é o Máscara das Sombras? Destruiu os Senhores da Morte, agora acabaremos contigo! Matem-os!!

Cercaram-os e uma sangrenta luta começou. Para defender Débora e Felipe, Máscara das Sombras usou um bastão de aço para lutar contra os mercenários armados. Queria usar o truque de desaparecimento, mas atacavam demais. Felipe aproveitou que um mercenário deixou a espada cair e começou a lutar contra os mercenários. Até que deu conta do recado, mas tomou uma espadada próximo a barriga. Débora se desesperou ao ver o amigo ferido. Máscara das Sombras Continuava a lutar. A coisa estava feia, até que se escutou um tiro e uma voz no alto falante:

- Parem! Equipe especial do governo!

Era Wiliam Savoy e sua equipe. Foi o momento certo de Máscara das Sombras usar a técnica de desaparecimento. Com isso, levou Felipe ao Hospital e Débora ao apartamento dela. Lá , ao tentar conversar com ela, levou uma panelada na cabeça. Débora irritada, falou:
- Seu monstrinho! Assassino! Meu amigo quase morreu por sua causa! Você deve trabalhar para este coração de não sei eu das quantas! Seu..seu...

- Fique quieta sua....

Máscara das sombras ia usar novamente a hipnose, só que Débora foi mais rápida: jogou o sapato bem na Máscara, deixando-o tonto.

- Seu cretino.....o que você fez com o corpo do Diogo?

- Eu não fiz nada! Não tinha corpo dentro do caixão!

- Mentiroso! Eu estive no velório e no sepultamento! O que você fez?

- Já disse que não tinha corpo algum! Se você quer saber, acredito que isto tenha a ver com o Coração das Trevas...que eles sejam a mesma pessoa!

- Absurdo! – dizia Débora com uma voz inconformada – Você só pode estar brincando! Isto é ridículo! Como poderia ser o Diogo? Ele....

- Ele tinha dupla personalidade! Gostava de literaturas vingativas como o conde de Monte Cristo! Gostava do Batman! Tinha complexo de inferioridade. Era mal-amado, anti-social, suicida...você sabe muito bem deste seu amiguinho duas-caras!

- Diogo não fazia mal a ninguém!Quem é você para falar dele? Podia ser meio sádico e sarcástico, mas nunca vi ele fazendo nada contra ninguém! Era uma boa pessoa....espera aí! Como você sabe de tudo isso? O Nestor de manhã questionou bastante sobre as mesmas coisas...ora...

- Máscara das Sombras usa as ferramentas modernas sua fotógrafa mesquinha! Pois eu...

Débora se irritou e chutou o estômago do mascarado. Este, caiu ao chão. Débora se aproximou e no impulso tirou-lhe a máscara.......

19 dezembro, 2009

Máscara das Sombras - Parte 26

Para obter informações sobre o falecido, Nestor usou a internet. Descobriu que Diogo escrevia em blogs de literatura e cinema. Nas redes sociais, viu que o cara era amado e odiado. Haviam versões diferentes sobre a pessoa dele. Após muita procura, descobriu um perfil dele. Leu a historia de vida do cara e descobriu que eles tinham muito em comum, desde os mesmos gostos e características até sofrimentos e complexos. Nestor ficou impressionado.

Como era um executivo, procurou amigos do falecido, fingindo que publicaria um livro sobre a vida do cara. Flávio, um amigo, disse que ele tinha uma forte influência das literaturas de Emily Bronte e Alexandre Dumas. Outros amigos disseram que ele tinha um forte complexo de inferioridade e que acreditavam como fator principal de sua morte.

Nestor sentiu-se tão curioso com a coincidência que decidiu ir até o cemitério que Diogo foi enterrado. Andando, procurava o túmulo do dito cujo. Andou mas um pouco até que escutou uma voz familiar:

- Nestor? O que faz aqui?
- Fotógrafa...quero dizer...Débora! Como vai?
- Tem algum parente enterrado aqui?
- Ah....sim, um primo meu...muito distante. E você?
- Estou esperando o meu amigo Felipe. Vamos visitar o túmulo de um falecido amigo, um que eu comparei contigo na festa.
- Ah..lembro. Mas ele se chamava Nestor também?


Débora riu.

- Não Nestor! Ele se chamava Diogo. Olha lá o Felipe.

Débora apresentou Felipe a Nestor e em seguida foram ao túmulo.

- Sinto falta dele. Era ranzinza, certinho, mal-humorado e....
- Nossa Débora! Quanto carinho você tinha por este cara hein? – Disse Nestor num tom de reprovação.

- Você é chatinho hein?Você não deixou de terminar de falar!

Felipe interferiu:

- Veja Nestor, a Débora queria dizer sobre as diferenças que existiam quando se conheceram. O tempo e a amizade foram mudando muito ao Diogo. Claro que ele tinha as suas recaídas, mas se tornou muito querido para Débora como para mim. Da mesma forma era o carinho dele por nós.

- Recaídas? Que tipo de recaídas?

-Bom....complexos como não se sentir querido pelas pessoas...sentir-se burro.....que não servia para nada...

-Quando ele tinha estas recaídas, ele tinha desejo de suicídio, de...de...- Débora se prolongava para falar sobre o falecido amigo.

- Vingança? Questionou Nestor com certa força.

- Sim.

O clima estava ficando tenso, quando Felipe interviu dando uma piscada para Débora:

- Vamos Débora. Temos o almoço do prêmio Meio e Mensagem.

-Ok. Nestor. Nos falamos.

-Sim.



Ao entrarem no carro, Débora disse a Felipe:

-Fê, eu acho muito esquisito este tal de Nestor ter tanta curiosidade em saber sobre o Diogo. Eu citei sobre ele apenas uma vez e este cara já fez uma investigação! Será que ele é executivo mesmo?

- Você acha que ele seria um policial, um detetive ou algo assim Deb?

- Sei lá. Trata-se de uma curiosidade estranha não? Ai! Melhor nem pensar!

- Concordo.

17 dezembro, 2009

Máscara das Sombras - Parte 25

Após a declaração de Carla a imprensa, a cidade estava um caos. Muitas pessoas estavam assustadas. Não era por menos. Após o acontecimento, os serviçais do Coração das Trevas espalharam o medo e o terror pela noite paulistana. Explodiram alguns locais, geraram apagões em várias ocasiões entre outros atos. A polícia, a imprensa e o governo estavam apavorados. Nesta situação, o governo enviou uma força especial, liderada por Wiliam Savoy, um experiente militar que atuou em operações arriscadas para a Otan e a Interpol. Era o homem exato para a situação.

Na tarde seguinte, no Palácio dos Bandeirantes, Savoy se pronunciou a imprensa:

- Sou o tenente Wiliam Savoy. Como sabem, sou militar há mais de 15 anos atuei em missões perigosas no exterior. Há três anos voltei para o Brasil, a fim de assumir esta força especial do governo brasileiro. Prometo ao povo desta metrópole que minha equipe e eu, com muitos esforços, caçaremos esta organização, liderada pelo “Coração das Trevas”.


Savoy continuava o seu discurso ético. Débora, Laisa e Felipe estavam próximos para Fotografar o evento. Entediada, Débora disse:

- Que sono! Sempre o mesmo discurso.
- Este cara saiu de uma história em quadrinhos? –
Disse Laisa.

- Não sei se de um HQ Laisa, mas ele é irreal! Não se fazem caras assim no meio militar! –
Disse Felipe rindo.

- Ah gente! O cara é um chatinho e puritano! Ele lembra o.....


De repente, apareceu um helicóptero e várias motocicletas com homens de roupas pretas, mascarados e armados. Do helicóptero, escutou-se uma voz no auto-falante:

- Uma pequena prévia do Coração das trevas para São Paulo: Matem todos!!

As pessoas começaram a correr e o tiroteio começou a rolar. Savoy e seus homens colocaram-se em posição de revidar. A segurança preocupava-se em tirar o governador e seus assessores. Débora, Laisa e Felipe se esconderam atrás do palco e aproveitavam para tentar tirar algumas fotos. Atrás deles apareceu um motoqueiro com uma arma e disse:

- Fotógrafos de merda....preparem-se para morrer! Seus ....

O motoqueiro desmaiou, pois levou um choque de uma figura sombria que se dirige ao trio de fotógrafos:

- Sou a figura bizarra da noite anterior! Venham comigo!

Os três amigos olharam-se e com um gesto responderam que sim. Afinal, pelo contexto, era a melhor alternativa. O Máscara das Sombras, utilizando suas técnicas, levou-os ao apartamento de Débora.

Após tomarem um copo de água, continuavam um pouco tensos, pois tinham uma outra visita além da bizarra figura: Suelen ou melhor Hilda dos Senhores da morte. Estava amarrada, deitada no sofá e com a boca amordaçada. Disse o Máscara das Sombras:

- Esta moça se chama Suelen Delvechio! Tem 21 anos, estudante de publicidade e era integrante dos Senhores da morte. Preciso escondê-la, pois o tal Zodíaco foi morto na cadeia e Custer está num hospício, sem condições de dizer nada. Ela é a única prova viva que nos levará ao Coração das Trevas. Preciso da vossa colaboração.

Intrigada, Débora disse:

- Mas por que nós?

-Não sei lhe dizer, mas é algo intuitivo. Sinto que posso confiar em vocês. Algo dentro de mim, como um sonho, mostra que eu posso confiar como se fossem amigos.

- Mas a cidade está um caos! - Disse Felipe.
-Esperem! estou indo para Tupi Paulista, a minha cidade de origem. Acredito que ali estará menos movimentado. Ela pode ir comigo.- Disse Laisa.
- Muito obrigado por me ajudar. Leve-a daqui o quanto antes!
Laisa levou Suelen de carro, passou em sua casa, pegou algumas coisas e saíram de São Paulo. Felipe foi para o seu apartamento. Débora estava só em seu apartamento, esquentando leite para tomar antes de dormir. Quando ia pegar o achocolatado no armário, percebeu que o estranho mascarado não tinha ido. Assustada, disse:
- Ai que susto!! Não é a toa que você é o Máscara das Sombras!
- Faço jus ao meu nome! Escute, fique atenta! Não saia mais de noite. Tudo está muito perigoso!
-Eu sei disso o Sombrinha mal iluminada!
-O Máscara das Sombras não te deu liberdade!
-Por debaixo destas roupas sombrias e desta máscara assutadora, você é um ser tão limitado quanto eu! Por isso que eu me dirijo assim.
- Oras....
-Ora o quê? Bem que eu quero tirar a sua máscara seu......
Máscara das Sombras começou a hipnotizar Débora e fez algumas perguntas:
- Qual o nome do seu falecido amigo, no qual compara com o executivo Nestor?
-Diii......
-Di o quê?
-Diogo.....
- Diogo do quê?
- Onde ele está enterrado?
- Agora, tome o seu leite e durma com Deus!
-Amém!
Assim fez Débora. Mas o que teria a ver o falecido amigo da fotógrafa com ele?

15 dezembro, 2009

Máscara das Sombras - Capítulo 24

Débora oferecia um jantar para dois bons amigos do tempo de faculdade: Felipe Katsuragawa e Laisa Beatris. Felipe era um descendente de orientais, natural de Bragança. Estava há mais de dez anos na capital. Atuava como publicitário numa empresa alimentícia e como fotágrafo autônomo. Laisa Beatris era fotógrafa por vocação. Fez jornalismo por conseqüência. Atuava como fotojornalista para o site “Os mais procurados do Brasil”. Além disso atuava como free-lancer para se aprofundar na fotografia.

Devido a correria, pouco se viam. Estavam recordando os bons tempos de estudantes, quando a luz se apagou. Débora tentou acender no interruptor, mas nada. Começaram a ficar intrigados. Usaram a luz do celular para se situarem, quando escutaram um tom assustador de voz:

- Profissionais da comunicação....rsrsrsrsrsrs...querem informações?

Nisto, num tom assustado disse Débora:

- Que tipo de informações? Quem é o você?

-Eu? Rsrsrsss......uma sombra! Que se perdeu no tempo e no espaço!

Laisa, disse num tom de valentia:

- Deixa de cena! Quem é você?

- Sou o Máscara das Sombras! Vão agora para o distrito policial de Santana. Lá tem uma serviçal do Senhores da morte que se entregou a polícia. Terão algumas fotos legais.

- Certo, mas que garantia temos desta informação? – Disse Felipe.

- O Máscara das Sombras é a Garantia! Hipnotizei a moça e mandei-a para lá. Os outros senhores da morte eu mesmo os torturei e mandei-os a polícia. Agora vão!

Ao término da frase, a luzes voltaram e nenhum sinal da misteriosa voz . Ainda que intrigados com a forma que receberam a informação, foram ao distrito citado. Lá estava a jovem Carla Oliveira, algemada e pronunciando-se a polícia e ao repórter de uma rádio. Nisto, Débora e seus amigos aproveitaram a ocasião e fotografaram. Um pouco depois chegaram os repórteres dos maiores jornais e canais. Débora e seus amigos ficaram intrigados com os acontecimentos, pensando quem seria o Máscara das sombras.

13 dezembro, 2009

Máscara das Sombras - Parte 23

Eram 22hs. O Máscara das Sombras estava escondido numa sombra do corredor da casa de recuperação, onde Hilda estava internada. Próximo do quarto procurava observar a movimentação. Entra no quarto uma enfermeira jovem, com remédios. Chegou perto da cama de Hilda, pegou uma seringa e injetou o remédio para ser aplicado.

Hilda estava acordada no seu leito,trêmula, sabia que a qualquer momento poderia morrer e já não acreditava na proteção do misterioso justiceiro. Precisava se defender pelo menos. Tinha treinado judô e taekwondô no colégio, mas estava fraca para usar o que aprendeu. Precisava de algum objeto e viu o abajur ao seu lado, além do prato da última sopa e um copo de vidro com água. Eram as ferramentas de defesa. Desconfiada, questiona:

- Enfermeira, para que este remédio?
- Para dormir minha cara!
- Não tenho problema de sono!
- Ordens médicas!
- Por que?
- Por que sim e ponto final!


Após a frase dura da enfermeira, Hilda jogou o copo de vidro na cara da enfermeira. Fez com tanta força, a ponto de deixar o rosto com leves toques sangrentos. Irada, a enfermeira disse:

- Vagabunda! Prepare-se para morrer! Traição não tem volta para o Coração das Trevas!!!

A enfermeira tirou uma faca do jaleco e tentou atacar Hilda. Esta se desviou, jogou o abajur em direção a ela e caiu da cama. Hilda tentou rastejar, mas foi pega pela enfermeira. Esta, com a faca na mão, disse:

- Agora você não escapa! Tome.....

Ao tentar atacar, sentiu que algo segurava a sua mão. Olhou para trás e se deparou com o Máscara das Sombras. Ele disse:

- Minha cara! Você é que não escapará de mim!
- Isto é o que veremos fantasminha!


Como num filme de Kung- Fu, a enfermeira se posicionou como uma legitima lutadora com a faca!

- Estou disposta a morrer pelo meu mestre!
- O problema é seu! Sua bravura não paga as minhas contas!

Ela iniciou a luta com várias seqüências de facas. Máscara das Sombras se desviou com facilidade e deu-lhe uma rasteira. Ela caiu e ele segurou - a pelo pescoço. Sabendo que ela não responderia as perguntas livremente, utilizou de hipnose. Usando o brilho dos seus olhos de rubi, começou a dizer:

- Você me responderá o que eu perguntar.
- Eu responderei o que você perguntar.
- Seu nome?
- Carla Oliveira.
- Quem é o coração das Trevas?
- É uma pessoa misteriosa que através de muitos recursos, ataca o governo, a mídia e as instituições no poder.
- Onde ele se esconde?
- Isto nenhum membro ou colaborador o sabem. Ele se comunica por celular,ou e-mail. Números ou e-mails desconhecidos. Nas raras vezes que aparece, ele não tem um local, ele simplesmente sabe onde você está! Não há como fugir dele!
- Me dê o seu celular!
-Tome.
- Agora, você irá a delegacia de policia e falará sobre tudo isto. Se entregará e pedirá que isto seja levado a imprensa. Vá!

- Sim


Sob efeito de hipnose, a mulher sai da clinica, deixando Hilda impressionada.

- Hilda, qual é o seu verdadeiro nome?

- Suelen Delvechio.

- Prepare-se

E jogou um gás para ela desmaiar. Deixou-a em seu apartamento. Agora, ele ia a outro lugar: ao apartamento da fotógrafa que ele havia trombado numa festa. Claro que na função de Máscara das Sombras.

09 dezembro, 2009

Máscara das Sombras - Parte 22

No esconderijo, um velho galpão na zona sul, ao verem a notícia da prisão de Zodíaco e a morte Kierkgaard, os Senhores da morte ficaram alterados. Agora estavam apenas em dois membros: Custer e Hilda furacão. Poderiam usar os serviçais, para tentar descobrir quem era a misteriosa figura da noite anterior, mas queriam fazê-lo depressa, pois temiam que Zodíaco revelasse o esconderijo do grupo e as identidades de cada membro. Desde as primeiras ações do grupo, sempre conseguiram driblar a polícia, o exército e até a mídia. Tinham que agir depressa.

Depois de minutos de silêncio, Hilda se pronunciou:

- Podemos caçar alguém importante para atraí-lo e aí o pegamos!
- Boa garota! Até parece! Se ele pegou Zodíaco e Kierkgaard, pegará nós também! Atraí-lo, traria a polícia! Quase que fomos pegos. Este cara surgiu para desmoronar com os nossos planos e o do....você sabe quem!
- Justamente Custer! O...você sabe quem virá se não fizermos algo! Temos que pegar aquela figura sombria o quanto antes! Nossas vidas dependem disto!!
- Calma gata! Nós descobriremos um.....


Nisto, escutasse as vidraças do teto quebrando-se. Surgiu o Máscara das Sombras! Numa voz assustadora disse:

- Não precisam me procurar! Eu estou na vossa frente!


Furioso, Custer disse:

-Filho duma....(censurado)! Você se arrependerá de ter cruzado o caminho dos Senhores da Morte! Você...
-Rsrsrsrsrsrs....vocês que se arrependerão de terem despertado a minha ira!


Custer e Hilda Saltaram em direção ao máscara das Sombras, dando socos e chutes nele, além tentar golpeá-lo com os bastões de ferros que eles usavam. Claro que o Máscara das Sombra sentiu os efeitos dos golpes. Cansado e estressado (além disso, ele não era Wolwerine para ter fator de cura!), ele estava no limite, mas não deixou mole reagindo com raiva. Pegou Hilda e jogou contra a parede. Nisto Custer o agarrou por trás, segurando os braços do Máscara das Sombras, mas este deu uma mortal, chutando-lhe o queixo.

Ainda que tonta Hilda tentou atacar o Máscara das Sombras. Este deu um golpe num ponto do corpo que a fez desmaiar. Custer estava sem ar, o golpe foi muito forte. Para aclamar a fera, Máscara das Sombras usou o aparelho de choque para desmaiá-lo. Pegou ambos pelos pés e levou-os dali.

De volta ao apartamento e com os mesmos procedimentos, Máscara das Sombras realiza um “suave interrogatório”, com uma vara de marmelo, aparelho de choque e muito “diálogo”. Ele disse:

- Quem é o vosso chefe?
- Não direi! Fidelidade!

Irritado, Máscara das sombras dá pancadas com a vara de marmelo em Custer, fazendo-o chorar de dor. Nisto Hilda grita:

- Pare! Não o machuque!
- Não machucar? Vocês mataram pessoas como se estivessem brincando! Por acaso sou injusto?


Chorando, ela disse:

- Mas era uma questão de justiça!
- Pois é. Eu estou sendo justo! Aliás, por que você usa o nome Hilda Furacão? Você gosta de agir como uma meretriz (melhor do que usar puta)?


- Não!!! Eu apenas seduzia alguns políticos, para atraí-los! Mas eu....

-Já sei, você é inocente! Quer ser freira ou se prepara para um casamento santo? Rsrsrsrsrsrs!!!!

Nisto, Máscara das sombras deu um leve golpe com a vara de marmelo e disse:

- Fale! Quem é o chefe?
- Custer!
- Mentira sua cretina!!! Tome!!!!
- Ai!!!! Pare!!!! Está doendo!!!!
- Vocês torturaram, violentaram muitas pessoas!!! Não tinham idéia do que era dor! Fale ou não sairá viva!
- Não faz diferença! Nosso chefe irá nos matar!
- Quem é? Diga!! Você tem chance!!!
- Qual é a chance?
- Eu te ajudarei a fugir!
- Como posso acreditar num vulto?
- Eu sou o Máscara das Sombras! Sou a única garantia! Pegar ou largar!


Acalmando-se , disse:

- Nosso chefe é alguém misterioso como você. Aparece e desaparece do nada. Usa roupas sombrias e o tom de voz, tanto é robótico como maquiavélico. Ele é o....
- O.....
- Não fale amor....
- Cale a boca Custer. Deixa-a falar....

- Trevas….o…Coração das Trevas!!

Ela não parava de chorar. Num tom de desespero, falou Custer:
- Estamos fritos meu Deus! O Coração das Trevas nos pegará!

- Como ele pegará vocês?

- Cara, ele é tão dark quanto você! É uma figura assustadora e que tem súditos em todos os locais. Tem informantes e muitas pessoas leais a ele. Nós, os Senhores da morte, éramos meros serviçais dos planos dele! Agora ele nos matará! Revelamos a sua existência!

- Como vocês entraram nessa?

- Todos do bando e eu somos estudantes de áreas diversas. Mas tínhamos o desejo de justiça no país. O Coração das Trevas, através de seus serviçais, atraiu-nos para os seus planos. No começo, torturar e matar figuras corruptas era algo fantástico, mas depois percebíamos o medo que espalhamos a população. Alguns pensaram em sair, mas uma vez com o coração das trevas, sempre com ele e quem não está com ele, está contra ele. Logo, um círculo vicioso.

- Mas como ele é?

- Vi ele apenas duas vezes. Usa uma roupa escura como a sua, usa um tom de voz bizarro igual ao seu...mas a máscara é diferente meu! Parece daquele carinha daquele jogo...com garras...meio bicha.....

- Vega do Street Figther?


-Sim.

- Mas se vocês se entregarem e explicarem o esquema, podem ir para um local protegido...

- Cara, você deve ser de outro pais! No Brasil, a polícia é mais corrupta que os bandidos e assassinos!

- Verdade. Posso ajudá-los...mas com uma condição.

-Qual?

- De não praticarem qualquer tipo de imoralidade. Senão...

- Senão o que?

- Eu volto para terminar com vocês dois!

De forma irônica, Custer disse:

- Tá bom Santo Justiceiro!

Nisto, Máscara das Sombras soltou Custer. Pegou ele pelo pescoço, erguendo-o bem alto. Apertando com força, disse:

- Não duvide da minha palavra, moleque de merda!!

-Me solta!!! Por favor!!!!

Máscara das Sombras jogou-o na parede, fazendo-o desmaiar. Visto que Custer não era de confiança, jogou-o na primeira delegacia de policia, na mesma que deixou os outros. Quanto a Hilda, deixou-a em uma casa de recuperação, uma vez que além de drogas, estava muito ferida. Claro que não iria tirar o olho dela. Maior foco do que em Hilda era o Coração das Trevas, que nas alturas, já sabia da existência dele.

06 dezembro, 2009

Máscara das Sombras - Parte 21

Era um show de pancadaria, pois os senhores da morte eram bem preparados para o negócio. O máscara das sombras lutou com muito vigor, pois nos treinamentos com katsumoto aprendeu a lutar até contra dez pessoas! Mas uma coisa é o treino e outra a prática! O negócio estava difícil. A luta estava brava!

Como a polícia poderia aparecer a qualquer momento, o herói sombrio usou uma estratégia. Jogou uma bombinha de fumaça para confundi-los. Nisto, deu uma garrafada na cabeça de um dos Senhores da morte, levando ele, o outro membro que estava desmaiado e a vítima embora. A vítima foi deixada próxima da recepção do hotel e os dois membros capturados, foram levados ao apartamento de Nestor.

Quando os dois acordaram, estavam amarrados em duas cadeiras. O que estava de uniforme, num tom provocador, questionou:

- Quem é você? O palhaço dark? Há,há,há!!!

O máscara das sombras deu chute giratório na cara deste, deixando o nariz com sangue e disse:

- O palhaço é você. O seu nariz está vermelho! Eu faço as perguntas aqui! Se Custer é o general, quem são vocês dois?

Num tom irônico, disse o que foi atacado:

- Tônico e Tinoco! Há,há,há!! Itamar e Itapior!! Háháhá!!!

Irritado, Máscara das Sombras dá um chute frontal quebrando os dentes do dito cujo. Mais uma vez, insiste na pergunta. O cara por sua vez, continua ser irônico. Puto da vida, Máscara das sombras apela para o aparelho de choque. O cara grita feito uma criança, implorando que parasse. Máscara das Sombras insistiu na pergunta, mas na altura do campeonato, o indivíduo estava sem forças para falar.O outro se posicionou:

- Ei vingador da noite, escute! Este cara que você torturou usa o nome do famoso serial killer dos anos 70 chamado zodíaco. Eu utilizo o nome Kierkgaard, um filósofo dinamarquês moderno. Os Senhores da morte usam nomes de figuras históricas como símbolo da vingança e da revolta. Todos somos pessoas estudadas e que desejando um mundo equilibrado, destruímos figuras corruptas a serviço do...do.....

- Do?

-O.....o......

- Eu estou.....

- O que acontece?


- Escute Vingador. A gangue se reúne no antigo galpão Boa Sorte, no Sacomã. Lá o....

E jorrou sangue de sua boca, perdendo os sentidos.

A morte do único colaborador era por demais misteriosa. Máscara das Sombras nada podia fazer. Com os recursos de desaparecimento, deixou o corpo do jovem e dos outros dois numa delegacia. No dia seguinte, sai nos principais jornais:

“ Dois membros do Senhores da morte deixados na porta da delegacia. Um vivo e outro morto! Quem fez isto? O grupo de extermínio da polícia voltou?”


Em seu escritório, tendo a faca e o queijo na mão, Nestor planejava os seus planos para a noite....

02 dezembro, 2009

Máscara das Sombras - Parte 20

Meia Noite. Os senhores da morte entraram discretamente. Um pela área de serviços, dois escalando o prédio e um disfarçado. O que entrou disfarçado foi ao 123, onde estava hospedada a vítima, passando-se pelo gerente do hotel. Faria sala até que os demais chegassem. Bateu na porta de Laura, pedindo para que ela mudasse de quarto, a fim de evitar riscos. Assim ela fez. Levou ela ao 155. Quando chegaram ao quarto, tudo estava escuro e quando se ascendeu a luz, surpresa! Três figuras com máscaras assustadoras, com coletes e adagas, estavam ali a sua espera!

O suposto gerente não estava mais ali. Agora estava presa nas mãos daquelas figuras. Enquanto isso, o Máscara das Sombras chegou ao 123 e percebeu que se atrasou. Tentou procurar algum indicio, mas nada. Quando saiu do 123, deparou-se com o suposto gerente. Este surpreso, coloca-se em posição de guarda com uma faca. Ele disse:

- Quem é você?

O Máscara das Sombras deu uma risada obscura e falou:

- O seu pior pesadelo! Prepare-se para lutar.

Quando o agressor o atacou, Máscara das Sombras segurou a mão dele, desarmou- o e torceu-lhe o braço, exigindo o local em que estava Laura. Não querendo dizer, Máscara das Sombras usou de hipnose para obter respostas. Logo, foi levado pelo hipnotizado ao 155.

Laura estava amarrada, semi-nua, sob efeito de drogas. O seu rosto estava roxo de tanta pancada dada. Um dos Senhores da Morte, queria estuprar Laura. Houve uma discussão entre eles. De repente, um dos membros que estava disfarçado, entrou. Perceberam que estava estranho e questionaram o que aconteceu. Numa voz lenta, disse:

- Está entre nós!

Após a frase, desmaiou. O grupo ficou espantado. Uma risada maldosa ressoou no quarto. Começaram a ficar intrigados, pois não encontravam de onde vinha. De repente do texto, surgiu uma figura obscura que começou a lutar com os Senhores da Morte. E se travou uma pequena batalha.....

28 novembro, 2009

Máscara das Sombras - Parte 19

Nestor gastava noites usando os recursos de invisibilidade e infiltração nos locais onde as figuras listadas iam. Era cansativo e aparentemente não aparecia nenhum sinal de “Custer” e dos senhores da morte. Até que uma noite......


Por meio dos jornais Nestor soube que a filósofa e colunista Laura Calisto daria uma festa em comemoração ao lançamento do seu novo livro, no hotel Laurenti. Laura escrevia sem medo contra os senhores da morte e com certeza estaria na lista de vítimas deles. Nestor sabia que eles não atacariam na festa propriamente, mas bem depois dela. Como era executivo de uma editora grande não foi difícil conseguir um convite. O que ele teria que observar bem era as figuras convidadas, pois qualquer uma poderia ser um dos senhores da morte ou um informante deles.

Nestor detestava festas grandes, pois eram cheias de pessoas ricas, famosas e fúteis. Por mais diplomacia que utilizasse, estava focado em qualquer detalhe que acontecesse. De todas as pessoas fúteis e levianas que estavam ali dançando, conversando ou “bebinhas da Silva”, observou um sujeito um tanto excêntrico. Magro, estatura média (por volta de 1,70cm) smoking, cabelos encaracolados grisalhos e de cavanhaque (não era o José Mayer), aparentava uns cinqüenta anos e tinha um olhar seco e observador, do qual não se desprendia de Laura. Começou a fitar Nestor. Nestor já suspeitava de algo. Decidiu abordá-lo de forma amigável, quando se sentiu “trombado” por algo nas suas costas. Era uma das fotógrafas presentes na festa. Era de estatura média, por volta de uns 30 e poucos anos, morena, olhos castanhos grandes. Com um ar meio sem graça disse ela:

- Desculpe senhor! Estava tão focada em fotografar os momentos da festa que eu não percebi.

Como se desconcentrou e perdeu de vista o seu suposto suspeito, Nestor se irritou e disse:

- Primeira coisa: você sabe a minha idade para me chamar de senhor? Se bobear você deve ser bem mais velha do que eu!

A fotógrafa, até então sem graça, mudou o semblante e falou:

- Moço como você é grosso! Parece um velho amigo meu!

- Há pronto! Uma sentimental de plantão! Olha aqui, eu estava muito centrado em algo, quando você cruzou o meu caminho e....

- E o quê? Não foi intencional!

- Certo! Judas não tinha intenção de trair Jesus, apenas queria que o povo lutasse! Hittler queria uma sociedade de raça pura...enfim, de boa intenção o inferno está cheio minha cara!!

- Olha, você é tão ranzinza quanto era o meu amigo! Se eu fosse espírita, diria que ele se reencarnou em você!

- Por que? Ele morreu?

- Sim....ele tinha úlcera. Não quis saber de tratar. Pouco tempo depois teve um ataque do coração! Há uns 5 anos. Infelizmente.

- Bom, sinto muito. Desculpe se fui indelicado, mas não é tanto uma questão de índole. Há pouco voltei ao Brasil e esta história dos senhores da morte me intriga..

- Sei....dois amigos meus e eu estamos tentando tirar fotos deles, mas...

- Mas nada! Desculpe, mas pode me dar o seu telefone e e-mail?

- Claro! Passe-me os seus também.

- Sim. Aliás, você é free-lancer ou trabalha para alguma revista?

- As duas coisas!


- Qual o seu nome moço?

- Nestor Alcântara. Executivo da editora Anamnese e o seu?

-Débora Carvalho.

- Prazer. Manterei contato sobre os senhores da morte, ok?
- Ok. Até.


Após se despedir da fotógrafa, voltou a sua atenção para a misteriosa figura. Sondou em vários locais, mas nada. Decidiu procurá-lo na varanda. Nada. Foi até a piscina e nada.

Nestor já tinha estava a ponto de desistir da busca do provável suspeito, quando o viu indo rumo ao elevador. Como o homem não tinha percebido a sua presença, Nestor usou o seu recurso de invisibilidade. Segui-o com sossego. O homem chegou até o 10 º andar e entrou num quarto, usou o telefone, passando o seguinte recado:

- A colunista bocuda está hospedada no 123. Amanhã ela irá para o Rio de Janeiro. Já sabem como proceder!

Como Nestor não estava trajado para agir como o Máscara das Sombras, usou um outro recurso. Como entrou no quarto com técnica de invisibilidade, utilizou uma técnica de ataque aos pontos vitais para atacar o dito cujo. Após a aplicação, levou-o ao seu apartamento, deixando amarrado na cadeira. Já vestido como alter ego, esperava o suspeito acordar. Este, quando acordou, assustou-se com a figura a sua frente. O Máscara das Sombras, numa voz assustadora e imponente disse:

- Quem é você e para quem trabalha?
- Sou Danilo Viçosa. Sou um...jornalista!

Irritado, o Máscara das Sombras chutou-lhe a boca. Insistiu:

- Fale a verdade!
- Sou jornalista
- Para quem você ligou do hotel?
- Pra ninguém!! Me solta!!!
- Rsrsrrs, ninguém vai te escutar!!
Irado, o Máscara das Sombras usou uma arma que comprou na Europa: um equipamento de dar choques! Aplicou de leve em sua vítima. Esta começou a urinar nas calças e a chorar!

- Eu não...não...
- Não o que?
- Não tenho nada com os Senhores da Morte. Só...
- Pare de enrolar!!! Disse o Máscara das Sombras, dando mais um choque em Danilo.
- Eu...eu...devo fa,favores a eles!!
- Certo. Eles vão atacar que horas?
- 0hs.
- Vou para o hotel, depois conversamos.

E deu um soco, fazendo Danilo desmaiar.

25 novembro, 2009

Máscara das Sombras - Parte 18

O seu retorno ao país não foi nada empolgante, uma vez que tinha más recordações do Brasil, além da perda de Sayuri. Fazia dois anos que ela tinha morrido e era algo que Nestor não conseguia superar. Pensava na forma que se vingaria dos seus assassinos, só que teria de planejar muito bem, tratando-se de uma organização criminosa, além de inventar uma boa desculpa para voltar a Europa ou ir ao Japão.

Ao chegar na empresa, Nestor foi recebido com uma festinha surpresa tradicional de empresa: salgadinhos, bebidas e gente falsa ao redor. Era algo insuportável, mas que tinha de estar. Primeiro foi o discurso do presidente da filial. De tão empolgante, Nestor cochilou. Depois comes e bebes, um bando de falsos iam conversar com Nestor, fazendo-se de amigos, dentre eles, Gabriel, um antigo desafeto de Nestor. Este, com um sorriso estampado, disse:

- Meu caro, quanto tempo? Você está muito bem!

Numa risada irônica, Nestor respondeu:

- Sim, claro! Ao contrário de você! Não pense que eu tenho memória curta seu falso de merda!

- Nestor...águas passadas. Eu....

-Não me venha com discurso de redenção Gabriel! Não me venha puxar o tapete!

Sem graça, Gabriel baixou o olhar e deu meia volta. Surgiu outra figura: Karen, antigo affair de Nestor, agora, Gerente do departamento comercial e mais bela do que nunca. Sorridente, abraça-o e diz:

- Quanto tempo Nestor! Você está......
- Já sei! Tão bem! Como você está bonito! Frase de efeito não Karen?

- Nossa Nestor! Achei que a Europa tinha te feito bem!

- Sim, a Europa e o Japão me fizeram muito bem! A droga foi voltar para esta porcaria de país, junto de um bando de gente falsa e sangue-suga!

- Você não superou aquilo....


- Aquilo o quê? O não que você me deu no cinema! Águas passadas! Ganhei um tesouro muito melhor que se chamava Sayuri! Eu....

- Que se chamava?

-Sim. Ela morreu há dois anos numa explosão de um trem bala no Japão...

- Eu li Nestor! Foi algo da Yakuza...

- Sim

- Me desculpe.

- Você não tem culpa. Se me dá licença...


E foi para a sua nova sala trabalhar.

Nem tudo era de mal para Nestor. Na hora do almoço, desfrutou de um belo comercial com bife e fritas, além de um belo suco de limão, matando saudades da bela comida brasileira. Visitou os pais e alugou um apartamento na paulista, até se estabilizar.

De noite Nestor testou suas habilidades oficialmente como o “Máscara das Sombras”. Na mesma noite impediu dois roubos, um assalto e duas tentativas de seqüestros relâmpagos. Nestor não previa crimes, seguia o instinto e ia para os pontos mais cruciais e movimentados de São Paulo. O legal das habilidades treinadas era de atacar nas sombras sem ser visto, deixando o medo nos assaltantes com sua voz medonha e os olhos brilhantes da máscara.

No dia seguinte, tomando café na padaria, lê o jornal. Viu que as suas ações saíram numa coluna pequena com o seguinte relato: “ Paranóico, assaltante disse que o demônio apareceu para puni-lo e deixou-o na delegacia!” Ficou impressionado com o poder adquirido ao longo dos anos. Só que na página principal do jornal, algo maior o impressionou: “Mais um ex-deputado é achado morto e desfigurado com a assinatura dos Senhores da Morte”.

Mastigando o pão na chapa, ao cheiro de pingado, Nestor percebia um novo desafio e pensava:
“ Quem são e como agem os Senhores da Morte?”

Depois de um dia exaustivo como executivo, Nestor chega em casa e para tirar o stress, treinou um pouco de meditação, esgrima e alongamento. Após um bom banho, entrou na web para investigar sobre os senhores da morte, uma vez que estava pouco situado deles. Após muita procura, descobriu algo mais detalhado num site de um jornal policial. Tratava-se de um recado dos Senhores da Morte, deixado dentro da boca de uma das vítimas. Segue o que dizia:

Saudações cidadãos hipócritas e politicamente corretos!

Como percebem, mais um corrupto foi transferido para o inferno! O deputado Carlos Antonello, envolvido em vários esquemas de fraudes, teve a sua paga! Se a justiça é injusta, nós reavivamos o seu verdadeiro critério: justeza, equilíbrio. Para uma sociedade melhorar, precisa-se equilibrar e para isso, temos que melhorar as estruturas. O sr. Carlos foi uma pequena mostra daquilo que faremos em São Paulo e no resto do Brasil: justiça!

Como ele era cheio da grana, sabíamos que morava em Alphaville. Logo foi muito fácil entrar de noite, matar os seguranças, além de torturarmos sua esposa, filhos e brincarmos com a sua secretária! Matá-lo não foi difícil, porque o negócio com pessoas desta laia é torturá-la e humilhá-la. Matá-la é conseqüência! Não nego que foi divertido arranhar cada parte do corpo dele e deixá-lo sangrando e sofrendo lentamente! Meus companheiros de missão que o digam!

Nós somos a resposta de uma mudança, o desejo de uma sociedade melhor. Se tivermos que usar dos métodos que aplicamos nele, assim o faremos. Por isso que somos “Os Senhores da Morte”. Até a próxima vítima!


Cordialmente, General Custer


“General Custer! Que esperteza e ironia usar o nome de um lendário general americano que matou muitos índios! Eles não devem ser ignorantes! Devem ser pessoas estudadas e idealistas! Preciso apenas uma forma de descobri-los!” Pensava Nestor consigo. Decidiu listar todos os políticos e pessoas envolvidas nos escândalos dos últimos anos e acompanhá-los da melhor forma possível.

22 novembro, 2009

Máscara das Sombras - Parte 17

Com a roupa e os acessórios prontos, além dos detalhes eletrônicos como a voz alterada na máscara e os olhos vermelhos brilhantes, Nestor começou a realizar uns testes por Londres. Não tinha como prever os crimes, apenas que andava pelas sombras com as técnicas de invisibilidade e infiltração aprendidas no ninjutsu. Andava pelos guetos e pontos bem assombrosos da cidade.

Os primeiros meses foram de testes minuciosos, para saber como proceder. Depois, Nestor pôs o plano em ação: além de andar nas sombras, começou a atacar. Impediu três tentativas de estupros, deixando os bandidos ao serviço da polícia. Os jornais e a polícia questionavam que seria o “Santo Justiceiro”, mas nada se encontravam. Numa ocasião, próximo de uma boate, um jovem casal era atacado por uma gangue. Estavam roubando e abusando do casal, escuta-se uma voz assustadora vinda do escuro:

- Parem! O que acham que estão fazendo?

Todos ficaram surpresos, questionando quem seria.

- Deixem eles em paz ou sofrerão as conseqüências!

A gangue morreu de dar risada, achando que fosse uma brincadeira, quando de repente....da sombra começa a surgir fumaça em excesso, um gás tranqüilizante, deixando todos desmaiados. Com isso, Nestor deixa o casal num local visível e os bandidos amarrados no teto da boate, causando um susto geral a todos!

As manchetes mostravam o espanto das misteriosas ações de justiça. A polícia estava intrigada. Maximus e Jacqueline ficaram espantados com o que Nestor fazia. Um dia, Nestor reuniu-os para dizer:

-O meu tempo se acabou aqui. A empresa quer que eu volte para o Brasil!

-Mas Nestor, como podemos continuar com a sua missão aqui? Perguntou Maximus.

- Primeiro, tem que treinar muito. O meu cunhado está fazendo especialização aqui em Londres e poderá ajudá-lo. Tome o telefone e o e-mail dele.

Intrigada, Jacqueline questiona:

- Nestor, você não está indo longe demais com esta história de herói? Você pode morrer!

De forma fria, diz Nestor:

- Jacqueline, na explosão do trem bala de Kyoto, eu perdi tudo o que eu tinha de melhor na vida. Portanto, não tenho mais nada para perder!

Após a conversa, Maximus levou Nestor ao aeroporto.

17 novembro, 2009

Máscara das Sombras - Parte 16

Maximus Calegari tinha estudado engenharia robótica em Cambridge. Conhecia Nestor das aulas de boxe. Era nerd de carteirinha, sendo constante alvo de chacotas e violências físicas. Durante um tempo, uma turminha de grandalhões vivia batendo nele depois das aulas, além de roubá-lo e humilhá-lo constantemente. Houve um dia que fizeram Maximus ficar sem roupas, com o rosto cheio de mostarda diante de todos na quadra. Maximus estava deprimido com a situação. Nestor de longe, acompanhava os acontecimentos, estudando minuciosamente o que poderia ser feito.

Nesta época , Nestor estava no 3º ano de faculdade. Ele estudou cada passo da gangue, liderada por Kopleston, um britânico metido a galã que se impunha com os lacaios. Só que Nestor sabia onde se reuniam, onde morava cada um e até os armários de cada um na faculdade. Nestor tinha a faca e o queijo na mão para ajudar Maximus.

Numa noite, Kopleston voltava de uma festa com sua namorada. Estavam no carro em frente a casa dela. Nestor estava ali próximo. Ele pôs uma máscara para se passar de assaltante. Aborda-os e entra no carro. Nestor estava armado com uma arma de dar choques. Levou-os para próximo da faculdade e faz eles saírem do carro. Disfarçando numa voz assustadora, Nestor manda eles tirarem a roupa e manda Kopleston e sua namorada ficarem de quatro no pátio. Ele repreende a Kopleston pelas maldades feitas aos alunos de Cambridge. Kopleston nada diz, pois treme de medo com aquela misteriosa figura. Pede perdão ao que fez, mas Nestor diz que isto não basta e aplica o choque nos dois. Ficam desmaiados. No dia seguinte, vivos e amarrados no jardim central do local, todos ficaram impressionados com o acontecimento e perguntavam quem foi o “justiceiro”.

Kopleston foi o primeiro da gangue. Os demais foram humilhados de outras maneiras por Nestor. Claro que ele fazia as coisas sob disfarce. A gangue nunca conseguiu descobrir quem era a figura justiceira. Por temor a novas represálias, Kopleston mudou de faculdade. Alguns deixaram Cambridge e outros ficaram no próprio canto. Maximus ficou curioso. Um dia ao abrir o armário, ele se surpreende com um recado digitado:

Caro Calegari:

"Como você, eu também sofri muitas humilhações por pessoas vazias como Kopleston. Eu aprendi a canalizar forças com o tempo. Quem sabe um dia eu te ensino como. Você está curioso não? Quer retribuir? Aguarde, um dia eu te encontrarei. Um abraço".

Sem saber, Maximus fez amizade com o justiceiro. Além das aulas de boxe, faziam parte do clube de xadrez e do clube de cinema da Universidade. E passaram-se os anos. Agora, Maximus era um respeitado engenheiro robótico da Kia Motors de Londres. Era casado e tinha um filho.

Nestor foi a sua casa. Maximus fica surpreso com a visita. Era por volta 23hs. Sua esposa e seu filho estavam dormindo. Maximus disse:

- Há quanto tempo Nestor! Pensei que tivesse voltado ao Brasil. Antes de mais nada, sinto por Sayuri! Vocês iam casar. A morte é uma passagem dura, mas você superará! Tenha certeza.

- Bom....Sayuri morreu e boa parte de mim também. Agora quero fazer o que muito pouco fiz pelas pessoas....justiça!

- Nestor se acalme! Se a lei não fizer a justiça, Deus fará! Temos que....

- Não me venha falar deste cara Maximus! Ele e o diabo são os jogadores, o mundo é o tabuleiro e nós somos peças! Por que Deus me tirou alguém que me fazia tão feliz? Não quero saber de respostas religiosas, mas quero que algo seja feito, não apenas por Sayuri, mas por todos aqueles que sofrem e não tem como se proteger!

- Mas como posso te ajudar?


-Você pode me construir uma máscara de ferro como neste modelo desenhado? Além disso quero que os olhos brilhem como um rubi. Preciso que você me crie antebraços de aço, uma espécie de colete a prova de balas e dentro da máscara uma estrutura eletrônica para a voz! Que me diz?

- Você só pode estar louco! Acha que vai salvar o mundo com a revolta no seu interior? Eu...

- Escute amigo, você me deve!


- Bom, você me levou para a igreja, foi amigo em muitos momentos, me arranjou a primeira namorada....

- Não estou falando disso! Quem te vingou? Quem humilhou a Kopleston e sua gangue sem deixar vestígios?


- Foi,foi....você?

- Como dizia uma professora minha: Parabéns!
-Mas como?

-Oras! Eu estive próximo de ti nestes momentos. Observei e estudei os passos de cada um, para pegar um por um. Como você acha que eu nocauteei o Melvin “Pitbull” ou deixei Kopleston nu no meio do pátio? Como você acha que Charlie se converteu a Deus do nada? Hum....eu os induzi, os ameacei e utilizei dos meus instintos!

- Mas como você fez? Em....todo o caso muito obrigado!

-De nada Calegari. Por isso que eu preciso que você me auxilie, para que não surjam novos Koplestons na vida de pessoas como nós.

Nisto, Maximus suspirou e disse:

- Tudo bem. Para quando você precisa?

- O quanto antes!

- Ok. Quer tomar um cappuccino no velho café 24 horas?

- Sim, Maximus. Eu pago!


E botaram outros assuntos em dia ao ar de um bom cappuccino!

13 novembro, 2009

Máscara das Sombras - Parte 15

Nestor voltou para a Inglaterra. Trabalhou em Londres por mais dois anos e depois voltou ao Brasil. Mesmo com o falecimento de Sayuri, Nestor continuou a visitar a família dela nas suas férias, além de visitar Katsumoto. Além de artes marciais, Nestor começou a praticar alpinismo e Parkour, arte francesa de saltos e acrobacias.

Por mais normal que tivesse sido a vida de Nestor nos últimos anos, ele não se esqueceu daquilo que ele tinha que ser: o Máscara das Sombras. Era hora de entrar em ação, pois tinha uma boa base para começar. Lembrando-se da visão, Nestor “desenhou” a roupa e levou a Jacqueline Monfort, uma estilista francesa residente em Londres. Uma bela loira de 30 anos, esteve metida com drogas e jogos. Ela estava na mão de agiotas perigosos. Nestor salvou-a deles. Num primeiro momento, ele pagou as dividas dela. Depois denunciou a organização para a Scotland Yard. Ela, num total agradecimento, disse que quando Nestor precisasse, faria qualquer coisa por ele. Pois é, Nestor tinha boa memória!

Numa tarde, Jacqueline visitou Nestor. Jantaram em um restaurante no centro de Londres. Colocaram a prosa em dia. Jacqueline deu os pêsames por Sayuri. Nestor agradeceu. Fez um tempo de silêncio, para segurar o choro e disse:

- Bom Jacqueline, lembro-me que você faria qualquer coisa em agradecimento a minha ajuda. Pois bem, tenho algo a lhe pedir. Preciso das tuas habilidades como estilista. Quero que me faça um determinado tipo de roupa. Ela é escura, com capuz, grande, como se fosse uma vestimenta de monge da idade média. Pago o preço necessário.


Intrigada, Jacqueline questiona:

- Mas para que este tipo de roupa Nestor? Não me parece que você quer ir a uma festa a fantasia!

De cabeça baixa, ele diz:

- Quero para fazer aquilo que fiz por ti e por outros: justiça! Estou farto desta época tempestuosa, indiferente, hipócrita e fria que vivemos! Nada pude fazer diante as muitas humilhações que sofri! Nada pude fazer sobre a morte de Sayuri! Mas as pessoas que não podem se defender em alguma hipótese, eu farei o que estiver ao meu alcance! Entende?

- Nestor! Isso que você diz é loucura! Você está no mundo real e não num filme do Batman! Você é de carne, você é real!

- Por isso. Estamos no mundo real. Realmente este mundo está uma droga e algo precisa ser feito. Evidentemente eu não sou Jesus Cristo para salvar o gênero humano, mas alguma coisa eu posso contribuir para que as pessoas mudem.

- Nestor você só pode ter perdido a razão. Você pode morrer numa dessas atitudes heróicas! Não faça isso!

- Olhe Jacqueline, quando estava no mosteiro, eu temia a morte, devido a concepção cristã católica do inferno. Quando conheci Sayuri, ela preencheu o vazio que eu tinha. Deu-me alegria, crescimento como ser humano. Éramos parte um do outro e quando ela morreu, parte de mim foi embora. Portanto, não tenho mais nada a perder! O melhor de mim já morreu e isto é o que sobrou! E outra coisa: você disse que faria qualquer coisa!

Nisto, Jacqueline respira fundo e diz:

- Está bem! Ainda que eu discorde da sua loucura, eu farei levando em conta a nossa amizade e ao que você fez por mim há mais de um ano! Mas cuidado Nestor!

- Fico agradecido.


Conversaram mais um pouco. Nestor despediu-se e foi visitar outro amigo.

08 novembro, 2009

Máscara das Sombras – Parte 14

Passaram quatro anos de estudos, treinamentos e de namoro. Nestor se preocupou em aprender a viver. Sentia-se um homem novo, completamente o oposto daquele que deixou o Brasil. No dia da formatura Nestor pediu Sayuri em casamento. Ela aceitou e festejaram com muita alegria. Suas famílias também. Tudo corria bem para Nestor: formado em uma boa instituição, bem empregado e rumo ao altar com uma mulher especial.
O que é bom, dura pouco. Para Nestor, até que durou bastante! De férias no Japão para os preparativos do casório, algo terrível aconteceu: Sayuri morreu. Como? Ela foi de trem a Tóquio para ver o vestido e quando retornava para Kyoto, o trem explodiu em movimento! A notícia abalou o mundo, mas em especial a família Okayda, amigos e a Nestor. Procuraram o corpo, mas nenhum sinal. Procuraram na lista de sobreviventes e nada. Tentaram procurar por todos os lados. Sua morte era certa. No funeral, além da família e dos parentes, estavam os pais de Nestor. Ficaram ao lado dele o tempo todo, chorando com o filho. Sayuri fez parte dele. Logo, uma parte dele se foi.
Passado os dias, a CNN publicou a possibilidade criminal do evento e dentre os suspeitos estariam as duas maiores organizações criminosas mundiais: Yakuza (máfia Japonesa), Tríade (de Hong Kong). Eram os indícios que as investigações da interpol apresentavam. De tristeza, o sentimento de revolta se apoderou de Nestor, Myamoto (irmão de Sayuri) e Midore (filha de Katsumoto e amiga de Sayuri). Eles queriam vingança, mas Katsumoto os advertiu seriamente, dizendo:
- Vocês querem honrar a memória de Sayuri com este espírito? Oras! Vocês pensam que estão aonde? Num filme do Quentin Tarantino? Bem vindos a vida real! Não sejam tão amadores de invadir a sede de uma destas organizações! Senão terminarem mortos, vocês morrerão atrás das grades!

Todos ficaram de cabeça baixa. Katsumoto prosseguiu:

- Eu ensino artes marciais para o bem da mente, do espírito e do corpo. Defesa em último dos casos! Defesa e não vingança!! A questão não é a vergonha para mim, para as artes marciais ou para a alma de Sayuri, mas para vocês! Sei que é um momento de sofrimento, de perda....eu estou convosco! Mas não treinamos tanto para agirmos como animais! Usem a mente e o coração.

Todos continuavam de cabeça baixa, chorando. Nestor tinha um duplo pensamento consigo. Lembrava-se do personagem Chaves que dizia: “A vingança nunca é plena, mata a alma e envenena!” Pensava por outro lado: “ Tudo ao seu tempo e eu hei de fazer algo”.

Nestor continuou treinando com Katsumoto no restante das férias. O treino era bastante árduo, uma vez que Nestor estava prestes a receber a faixa preta de ninjutsu, um alto grau na hierarquia de aprendizado nas artes marciais. No fim das férias recebeu o título de ninja. Na cerimônia, katsumoto pediu a Nestor que honrasse os ensinamentos da arte e lembrasse sempre de Sayuri no coração, além de ter uma boa conduta e utilizar a arte para o bem.

02 novembro, 2009

Máscara das Sombras - Parte 13

Sayuri apresentou Nestor aos seus pais: Minoru e Shinobu. Minoru era empresário no ramo de alimentos na região. Shinobu, além de cuidar da casa e dos filhos, era artista plástica. Só que um detalhe: Shinobu era faixa preta (3ºgrau) de Karatê, além de praticar Kendô (arte da espada samurai) e Hapkido coreano. Dava aulas de luta para crianças numa escola especial. Daí que Sayuri herdou o talento e gosto para a coisa.

Nestor conheceu os três irmãos de Sayuri. Myamoto era o mais velho. Estudava engenharia em Tóquio, falava fluentemente inglês e francês, além de ser campeão de Karatê da região. Gunko vinha depois de Sayuri. Tinha 17 anos, estudava na escola técnica de Kyoto, namoradeira e tocava guitarra numa banda de Rock. Depois de Gunko vinha Gobei de 10 anos. Pequeno, mas danado que só. Hiperativo, não parava um instante, além de ser observador.

Após as apresentações, Nestor se dirigiu a família de Sayuri apresentando-se como namorado dela (claro que Sayuri traduzia, pois ele não falava nada de japonês). Todos ficaram surpresos, pois Sayuri nunca foi de correr atrás de homens. Com a tradução de Myamoto, Minoru dirigiu-se a Nestor. Num tom calmo, mas firme perguntou a Nestor tudo o que é de costume: as intenções dele, o que ele estudava, de onde era etc. Nestor contou a Minoru e a família de Sayuri como eles se conheceram, a amizade que se formou antes do interesse amoroso, além do treinamento com katsumoto em Tóquio. Myamoto observava Nestor e prosseguiu com a tradução da frase final do patricarca:

- Caro Nestor. Em nome da família Okayda, damos as boas vindas a você. Aceitamos o seu namoro com Sayuri. Pedimos que mantenha a reta intenção na proposta de namoro transmitida. Seja valoroso e respeite-a. Pedimos a ela o mesmo. Em nome de Minoru Okayda e família, desejamos êxito em seus projetos!

Todos da família fizeram a típica saudação japonesa de inclinar a cabeça. Após a conversa, Myamoto, antes formal e sério, mudou a fisionomia e cumprimentou Nestor com aqueles “toques de manos” e disse: “Bem vindo cara! Você vai curtir muito aqui!” Nestor sorriu e agradeceu a hospitalidade de Myamoto e da sua família. Sayuri exultava de alegria por aquele momento mágico. Foram ao restaurante e depois a uma apresentação musical da cidade.

Através das traduções de Myamoto e Sayuri, Nestor conversou muito com a família sobre o Brasil, a família dele, a trajetória dele até Cambridge, além das tradições e hábitos das regiões do Brasil. Depois, voltaram a casa. Na varanda, junto de Sayuri, Nestor contemplava o belo luar e puseram-se a beijar.

Durante as férias, Nestor conheceu um pouco do Japão e aprendeu um pouco dos conhecimentos da arte ninja. Para dar continuidade na Inglaterra, katsumoto confiou a Sayuri no treinamento de Nestor. Os anos seguintes procederam da mesma forma: aulas, namoro e treinamento com a sayuri, visita aos pais dela, treinamento com Katsumoto.

Nos anos de estadia no estrangeiro, Nestor foi ao Brasil apenas duas vezes. Uma para dar satisfação a empresa sobre os estudos e outra para apresentar Sayuri aos pais e leva-la para conhecer um pouco do Brasil. Locais como São Paulo, Porto Alegre, Brasília e Rio de Janeiro. Além disso, fez questão de levar Sayuri para comer o pastel de feira e ir numa churrascaria. Nesta segunda vinda ao Brasil, Nestor e Sayuri usaram dos seus dotes para escapar de mimados chapados de uma danceteria, além de Sayuri ter dado umas pancadas em um trombadinha que tentou roubá-los. O próprio Nestor continuava a se surpreender com a sua namorada.

01 novembro, 2009

Máscara das Sombras - Parte 12

Dentro do trem, Sayuri mostrava algumas paisagens a Nestor. Iam conversando de vários assuntos. Nestor fez uma observação:

- Sabe Sayuri, conhecer a paisagem é algo magnífico, porque abre os horizontes da imaginação, da harmonia e de tantas outras coisas que ficam no oculto do pensamento. Não me esqueço o dia que te conheci: foi um colírio para os meus olhos! Desde aquele dia, fiz coisas que nunca tinha feito antes. Ri, chorei, diverti, passeei etc. Enfim, tantas dimensões da minha vida que ficaram ocultadas pelo medo e o fracasso se deram naquele dia tão magnífico: dia que nos trombamos no corredor!

Ao ouvir as palavras de Nestor, os olhos de Sayuri começaram a lacrimejar de emoção. Nisto, Nestor pegou suavemente a sua mão. Sayuri aproximou o seu rosto ao dele e se colocou a beijá-lo de maneira suave. Nestor, sujeito seco e até então solitário, começou a chorar. Ele ia falar algo, mas Sayuri colocou a mão na boca de Nestor e disse:

- Meu querido Nestorzinho, cala a boquinha! Suas palavras foram bonitas! Só que mais linda do que elas, foi este belo beijo, como sinal de nossos sentimentos! Ter trombado contigo foi bom. Melhor que isso, foi o dia que lutei contigo e estes dias de treinamento com Sensei Katsumoto. Você é nobre. Muitas vezes é um tanto seco e duro, mas momentos como este, mostram o grande e apaixonado coração que você tem!

Sayuri estava empolgada em falar, mas foi a vez de Nestor Colocar a mão na boca dela e dizer:

- Fique quietinha Sayuri! Continuemos esta ação tão simples e magnífica.

E continuaram a se beijar. Ao término da viagem, desceram e no ponto de táxi, Sayuri pergunta a Nestor:

- Mas meu querido...e agora? Como te apresento a minha família?

- Oras! Como seu namorado!

Nisto, Nestor pega nas mãos de Sayuri e diz:

- Sayuri Okayda, quer namorar comigo?

- Sim! Meu querido..sim, sim!

E continuaram a se beijar até a chegada do táxi.

Máscara das Sombras - Parte 11

Na semana seguinte, Nestor começou a praticar o ninjutsu (arte ninja). Como sua estadia era temporária, o treinamento era mais puxado: 10hs por dia, com intervalos para refeições, necessidades fisiológicas, além de 30 minutos de cochilo a tarde. Fora isso, o negócio era pauleira. Flexões, abdominais, levantamento de peso, corrida, alongamento, treinos de chutes e socos. Era puxado!

Como Nestor já praticava outras modalidades na faculdade, o corpo estava até que condicionado. O problema foi no treino de kumitê (luta). Katsumoto colocou um aluno que treinava há 6 meses de forma intensa. Não deu outra: Nestor levou um coro. Não desistia e continuava a lutar com este rapaz que a o final do treino, sempre iam tomar sorvete no parque. No fim da primeira semana, Nestor sentia-se um “condor”, com dor na coluna, com dor na perna, nos braços etc.

As semanas seguintes foram mais puxadas. De tanto que treinava todas as modalidades das aulas, Nestor estava com hematomas. Um dia, levou um soco e saiu sangue do nariz. Para sua sorte, Sayuri estava no treino. Tratando das feridas, disse ela num tom de voz bem doce:

- Continue assim meu querido Nestorzinho. Você tem talento.

Nisto, a cabeça de Nestor foi longe não tanto pelo elogio as habilidades, mas ao “querido Nestorzinho”. Pensava consigo: “Tô dando dentro!”

Após um mês de treinamento puxado. Nestor tinha progredido bem (claro! 10hs por dia!). Não que estivesse no desempenho de um Bruce Lee, mas pensava consigo: “ Posso dar um coro naquele idiota da aula de literatura que só faz pergunta cretina! He, He”. Claro que era de brincadeira este pensamento. Depois de se despedirem de Katsumoto e Midore, foram até a estação de trem, para irem a Kyoto, cidade natal de Sayuri.

31 outubro, 2009

Máscara das Sombras - Parte 10



Os dois foram ao Japão. Passaram primeiro por Tóquio. Sayuri queria levar Nestor ao seu mestre, Kastumoto Koda (por favor, não troque o K pelo f), um especialista nas artes marciais japonesas, em especial o ninjutsu. Foram acolhidos pela filha de Katsumoto, Midore. Ela levou Nestor e Sayuri aos pontos principais da cidade e a noite na melhor danceteria.

No dia seguinte, foram ao dojo de Katsumoto, um local escondido dentro de um parque ecológico. Além de mestre em artes marciais, Katsumoto era advogado, professor de filosofia e treinava uma equipe especial do governo japonês. Simplesmente era o cara. Ao chegar na sala principal, deparam-se com o dito cujo, uma figura de uns 50 anos, alto, forte, cabelo curto grisalho e cavanhaque. Midore e Sayuri (em japonês) apresentaram Nestor. Katsumoto tomou a palavra no idioma de Nestor:

- Bem vindo Nestô. Eu estive no país seu há muito anos. Ajudei abrir escola de luta de irmão meu. Eu falar muito bem a seu idioma! (Percebe-se hein!) Sayuri me dizer que ter talento para o luta, né? O que querer de arte marcial?

Nestor disse:

- Saudações mestre Katsumoto! Eu aprecio a luta como uma forma de treinamento para a mente e o corpo, além de uma possiblilidade de defesa e justiça. Sempre sofri injustiças desde pequeno. Além dos sofrimentos próprios, sempre vi pessoas próximas ou não, sofrerem humilhações, sem poder fazer nada.

Katsumoto olhou intrigado e disse em inglês:

- Não é uma má intenção, mas o risco de se tornar vingativo é muito grande. A arte marcial é para a defesa em último dos casos. Através dos exercícios praticados, usamos como uma analogia para enfrentar as situações do cotidiano de forma sábia. A ação física é recurso em último caso. No treinamento você terá que aprender domar tigre que há dentro de ti, para que você nasça a tranqüilidade de um cordeiro. Você começa na próxima semana, porque tem que descansar e sentir-se bem acolhido! Ok?

Nestor fez um gesto com a cabeça e sentia-se como num filme de artes marciais, com o mestre sábio e perfeito que todos querem ter. Junto de Sayuri e da nova amiga Midore, Nestor descansou o corpo, a mente e o espírito para o tão esperado treinamento.

30 outubro, 2009

Máscara das Sombras – Parte 9

Ao fim do ano, Nestor já tinha desenvolvido bem as habilidades nos esportes praticados, além de melhorar o inglês com Sayuri. Os dois eram como unha e carne. Um dia, Sayuri vai ao ginásio para ver Nestor treinar. Admirada com a habilidade do amigo, desafia ele para uma luta no tatame. Surpreso, Nestor nega, tratando-se de uma mulher. Sayuri insiste, dizendo que não era nada de mais. Nestor começa com uns golpes de boxe. Sayuri se esquiva com facilidade e dá um chute giratório na cara de Nestor. Mesmo que fosse estranho lutar com uma mulher, Nestor agarra Sayuri e derruba-a, só que ela levanta-se rapidamente, pegando Nestor pelo kimono e jogando-o longe. Ao se levantar da queda, Sayuri desaparece. Nestor olha para os lados e nada. De repente, do teto, Nestor vê um pé vindo na sua direção e....bum!! Bem na cara!

Pareceu um sonho, mas não foi. Nestor sentia-se um “condor”, com dor de cabeça, dor na coluna etc. Ao abrir os olhos, percebe que está de pijama na cama, mas no quarto de....Sayuri! Sente-se espantado e sem graça. Aparece Sayuri com o seu costumeiro olhar doce e pergunta a Nestor como está. Ele diz que bem, mas questiona:

- Sayuri, você me trocou?

- Sim. Qual problema?

- Eu...eu....eu....

- Ah, Nestor! Já trocar meus irmãos inúmeras vezes. Nada que me surpreenda!

Nestor ficou vermelho igual um tomate pela situação. Nisto Sayuri propôs um convite: ir com ela de férias ao Japão, tanto para passear como para aprender as habilidades que ele viu de Sayuri. Lembrando-se da visão do Máscara das sombras, Nestor viu o quanto era providencial........

28 outubro, 2009

Máscara das Sombras – Parte 8

Sobre Karen, Nestor virou a página. Pouco tempo depois, ganhou da empresa que trabalhava um bolsa de estudos em Cambridge, Inglaterra, para estudar literatura e lingüística por 4 anos. Após a conclusão da faculdade, Nestor iria trabalhar dois anos numa filial da empresa em Londres. Era uma nova fase na vida do jovem, rodeada de paqueras, amigos, passeios, festas e novas experiências.

Dentro da faculdade, ele tinha aulas de judô, boxe e esgrima gratuitamente (claro gente, 1º mundo é outra história). As atividades faziam bem para a cabeça de Nestor, abrindo-lhe novos horizontes. Claro, que ele não se esqueceu do motor da sua mudança de vida: Máscara das Sombras. Um dia, indo para o teatro da faculdade, Nestor é atropelado por uma apressada jovem. Logo, toma um belo de um tombo. Ainda que tonto, observa as pernas de quem causou. Olha mais acima de forma minuciosa: magra, estatura média (por volta de 1,63 cm), branca, cabelo liso escuro, olhos puxados. Sim, uma oriental. Ela, sem graça, diz com um sotaque carregado:

- Por favor, me desculpar! Ser nova em Inglaterra.

- Tudo bem. Também eu ter dificuldade com a idioma. Tenta dizer Nestor em inglês.

Curiosa, a jovem pergunta:

- Ser de onde?

- São Paulo, Brazil. E você?

- Kyoto, Japon!


Esforçando-se no inglês, pergunta Nestor:

- Qual...o seu nome?

- Sayuri Okayda. E nome seu?

- Nestor Alcântara.

- Como?

- Nestor.

- Ne...tô?

- Não, Nestor.

-Nesstuô?


E ambos deram risada por serem estrangeiros naquela terra. Continuaram a conversar a ponto de perderem a aula. Uma vez perdida a aula com aquela situação, decidem tomar um café, para contrariar o costume britânico do chá .

26 outubro, 2009

Máscara das Sombras - Parte 7

- Não Nestor, por favor.
- Por que não? Questiona Nestor.
- Falemos depois Nestor.


Após o filme, foram tomar um café. Num clima de silêncio, Nestor inicia:

- Por que eu não tenho chance contigo?
- Nestor, você é um rapaz admirável, inteligente, educado, mas...mas....
- Mas o quê? Questiona Nestor.
- Você não é o tipo de homem que eu quero!

A frase soou como uma espada indo ao estômago. Nestor fala:

- Mas o que eu não tenho?

Karen respondeu:

- Não sei te dizer...você tem tudo de um bom rapaz, mas te vejo como um...amigo. Sei lá, você é muito sério, muito...certinho!
Puto da vida, ele respondeu:

- Certo você diz com toda a autoridade, como se entendesse de relacionamentos! Tudo bem procure um destes patéticos malhados de academia, sem um pingo de raciocínio ou cultura ou um destes sujeitinhos pagodeiros, funkeiros, maconheiros e todos os eiros que você queira Karen!

-Nestor se acalme...

-Calma o cacete! Diz Nestor irado.
- Nestor, eu...

- Olha Karen, estou cansado de não conseguir nada! De todas as minhas tentativas resultarem num desprezo ou de ficar para amigo. Estou cansado disso!

Começam sair lágrimas dos olhos de Karen. Chorando, ela diz:

- Nestor...

-A conta está paga. Tchau, fica com Deus! Despede-se Nestor num tom seco e desprezível, deixando Karen chorando na cafeteria.

Máscara das Sombras - Parte 6

O misterioso vulto não apareceu mais. A vida decorreu normalmente para Nestor: faculdade, casa, Igreja e trabalho. Ainda sim, queria desenvolver melhor as habilidades adquiridas com a pancada no parque. A vida de trabalhador e estudante não permitia a Nestor este tipo de regalia. Afinal, pensava ele: “Não sou o Batman para ter toda a estrutura do mundo!”

Uns meses mais tarde, ganhando melhor, Nestor foi morar sozinho próximo ao centro da cidade. Com um aluguel razoável, sobrava ainda para as despesas (manutenção, alimentação e higiene) e para algum tipo de vaidade. A vaidade do herói em potencial era ler. Antes, comprava apenas romances e literaturas. Agora, livros de combates, estratégias, técnicas de persuasão e até de interpretação. Após a pancada, Nestor se tornou extremamente perfeccionista. Devorava os livros, obtinha noções, mas sem praticar, tudo era muito vago. Tinha o desejo de aprimorar aquilo que a pancada na cabeça lhe concedeu, mas não bastava usar em situações reais, se não tivesse um bom suporte.

Claro que a pancada na cabeça não deixou Nestor totalmente fora de órbita. Nutria alguma ilusão por Karen. Decidiu utilizar o conhecimento adquiridos nos livros a seu favor. Cortou o cabelo deixando espetadinho, comprou roupas mais novas, fez a barba, além de habituar ao uso de perfume (mesmo que achasse isso coisa de gente fútil e fresca). As pessoas começaram reparar em Nestor. O jovem que, antes era calado e tímido, agora era o senhor simpatia, com um bom dia sempre cativante. Karen ficou impressionada com a transformação de Nestor. Percebendo que chamava a atenção de sua inspiração, a auto-estima de Nestor foi para as alturas!

Tempos depois, Nestor conseguiu o que tanto queria: sair com Karen. Foram ao cinema e assistiram a um romance. Entusiasmado com o filme, Nestor tenta beijar Karen. Doce ilusão....

Máscara das Sombras - Parte 5

Era uma figura sombria, enigmática e imponente. Aparentava ser um homem, alto, com uma capa preta igual a dos monges, encapuzado. O seu rosto era coberto por uma máscara prateada, com traços de rosto humano. Os olhos eram da cor de rubi e brilhavam com força. Espantado com a situação, Nestor perguntou quem era. Numa voz rouca e distante, o vulto proclamou:

- Você e eu somos um!

Nestor não entendeu. Novamente perguntou. O vulto se aproximou e disse:

- Desde pequeno, fostes desprezado em todos os locais que esteve. Nunca conseguiu sem enquadrar! O mundo te tratou como um fracasso. Em certas situações, por mais mérito que você tinha, era sempre dado como uma “sombra” de um outro que se destacava.


- Você ainda não entendeu! Lembre-se da noite em que foi atacado. Depois daquela pancada, você se tornou outro! A pancada foi apenas um elemento para desencadear o tesouro que estava escondido! Foi em meio a uma situação tenebrosa que a luz das suas capacidades emergiram! Não percebes a importância de tudo isto?

- Tens que moldar todo este tesouro. O tempo e os acontecimentos te darão o discernimento necessário. Nas sombras é que encontra o teu crescimento! Mas para que o mundo não perceba totalmente a preciosidade que carregas dentro! Precisas de uma fachada, de uma máscara! Tudo ao seu tempo!


O vulto o deixou. Nestor se encontrava atormentado, questionando se aquilo era um fruto da imaginação, alguém real, um fantasma, um anjo ou um prefácio da própria morte, uma vez que sempre a procurou.

25 outubro, 2009

Máscara das Sombras - Parte 4

Passam os dias e a cada instante, Nestor se sente um homem novo. Um dia, Gabriel, um rapaz arrogante do seu serviço, chamou Nestor de monstro devido aos hematomas. Este por sua vez, disse: “Antes ter cara de monstro, do que ter esta cara de bolacha trakinas igual a tua!”. As pessoas próximas riram, deixando Gabriel muito bravo. No término do expediente Gabriel, junto de dois outros colegas, encurralaram Nestor no vestiário. Gabriel, cheio de raiva, diz a Nestor que pagará caro pela humilhação.

Os dois colegas ao lado de Gabriel correm na direção de Nestor para bater nele. Este se defende dos agressores. Em um joga a sua bolsa e no outro, chuta a canela. O que levou a bolsa na cara agarra Nestor por trás, mas este pisa-lhe no pé, chuta as partes sensíveis e dá uma cotovelada no nariz. Gabriel fica impressionado, mas corre em direção de Nestor que por sua vez, tomando impulso, “dá uma voadora com os dois pés”. O impacto da paulada foi tão grande que Gabriel ficou sem ar, implorando desculpas. Nestor deixou-os ali, rindo da fraqueza deles.

As novas habilidades de Nestor não eram usadas para o bem próprio, mas daqueles que ele podia ajudar. Salvou pessoas de trombadinhas, de cachorro raivoso e até de trambiqueiros do centro. Uma ocasião, Nestor vê uma mulher que está sendo levada por três homens em direção a favela. Segue-os até o barraco e percebe que a mulher, além de roubada, será violentada pelos homens. Ele grita, para atraí-los. Quando sai um, Nestor dá uma pedrada na cara do malfeitor e chuta-lhe o estômago. O segundo sai armado com uma faca. Nestor joga terra nos olhos deste chuta-lhe a cara. Faltava o terceiro que estava despindo a vítima. Esta gritava por socorro. Nestor corre no barraco e pula em cima do agressor, bate no agressor até o ponto de clamar misericórdia. Nestor deixa o cara e leva a vítima até a delegacia. Entram e Nestor dá depoimento aos policiais. A vítima confirma toda a ação de Nestor. Os policiais admiram a bravura de Nestor, mas repreende-o pelo risco e pedem para que ele não fique bancando o herói.

Ao chegar em casa, Nestor vai direto para cama. Ao acordar de madrugada, depara-se com uma misteriosa figura na sua frente.......

22 outubro, 2009

Máscara das Sombras - Parte 3

Nestor acordou e a cabeça latejava de dor. Havia sangue próximo da nuca. Olhou ao seu redor e percebia que estava numa espécie de gueto. Pouco a frente, próximo de uma fogueira estava de costas o seu seqüestrador, aquecendo-se. Este vira e diz: “Rostinho bonitinho....papai trata com carinho! Hahahahaha!!!!” Com esta risada malvada, Nestor sentia novos instintos, uma força que não sentira antes. Seus olhos, antes medrosos e confusos, agora se centravam com convicção para aquele que lhe tinha causado a dor.

Movido pela raiva, Nestor salta em cima do cara, derruba-o e começa socar com muita força. O estuprador chuta-lhe o estômago e diz com raiva: “Se quer brincar de papai e mamãe, você verá o poder do papai!" Furioso, parte para cima de Nestor. Este consegue algo incrível: concentrar-se no adversário com uma visão de câmera lenta! Ele acerta um chute bem na canela do estuprador, derruba, pisa em seu estômago, até sair sangue pela boca. Pensa em matá-lo, mas sabe que um cara deste precisava sofrer lentamente! Deixou-o próximo a guarita do parque, sem que ninguém percebesse.

No dia seguinte, ao tomar café em casa, viu pelo jornal da TV: "Achado o misterioso estuprador que atacava no parque central. Paulo Schneider será transferido para Campo Grande!"

Nestor ria por dentro, percebendo uma nova página da sua vida.

Máscara das Sombras - Parte 2



O recomeço não foi nada fácil para Nestor. Pessoas que tinham consideração por ele devido a vocação religiosa desprezaram-no. No entanto, tua família e amigos próximos não. Levou tempo, mas virou a página. Começou a trabalhar numa editora e estudava num curso preparatório a noite. Para se distrair, lia livros (hábito adquirido no mosteiro) e ia ao cinema. Procurava fazer novas amizades e tentava paquerar. Era mais fácil fazer amigos!

Passado uns meses, Nestor é promovido na editora como assistente do departamento de tradução e letras. Começou a ser notado pelas pessoas (óbvio). Nestor voltou o seu olhar para Karen, uma assistente do departamento financeiro. Era uma moça simpática, bonita, por volta de 20 anos. Procurava conhecer a jovem. Sempre treinava para chamá-la para sair, mas nunca ia para a prática, sempre perdia para outro. Aos 23 anos, Nestor sentia-se um jovem fracassado em relacionar-se. Procurou ajuda em vários especialistas, mas nada resolvia. Tocava o barco como podia.

Uma noite, correndo dentro um parque ambiental, Nestor percebe a presença de um vulto próxima do vestuário. Mesmo assustado, procura saber o que é. Vai ao vestuário, mas nada encontra. Continua o seu Cooper noturno e percebe o misterioso vulto. Continua correr a ponto de chegar a uma parte do parque sem luz ou qualquer referência. Pensa em voltar, mas é surpreendido pelo misterioso vulto: um homem alto, cego de um olho, com os lábios secos e os dentes podres. Com força nos braços, a sinistra figura joga Nestor em direção a arvore para fazer algum tipo de mal. Nestor, ainda que machucado, corre muito rápido. O seu perseguidor corre com mais velocidade, pegando Nestor pela camisa e jogando-o com força. Nestor bate a cabeça e perde os sentidos.

Distante do parque, num beco de mendigos, o misterioso algoz leva Nestor com uma finalidade: violentá-lo. Mal sabe ele, o que a pancada fez na cabeça de sua vítima.....

20 outubro, 2009

Máscara das Sombras – Parte I


Estava jorrando sangue por todo o corpo. Delirava de febre, junto de uma tempestade que se empunha com força. Gemia de dor, mas moralmente, sentia-se senhor! Em meio ao delírio, gritava:

- Você e eu somos um! Você e eu somos um! Ó Máscara das sombras! Face que oculta os meus medos, anseios e desejos, fazendo-me forte! Extremamente forte!Tu, que fostes fruto dos meus devaneios, agora és a realidade absoluta do meu ser! Juntos, somos uma unidade, um conjunto, uma verdadeira arma! E ria com todo o sarcasmo até que...

Nestor Alcântara Callao veio de uma família comum. Seu pai trabalhava com retos projetores no cinema do centro. Sua mãe era do lar. Tinha um irmão mais velho. Sempre foi calado, nunca deu trabalho. Por seu comportamento, nunca foi em se relacionar com outras pessoas. Sendo na escola, na Igreja, na vizinhança, Nestor era o patinho feio do pedaço. Acanhado que só. Refugiava-se na TV, nos games e nos heróis que faziam sonhar em ser alguém melhor. Assim foi a sua infância.

Para animar, sua mãe dizia que ele seria um rapaz bonito (por mais feioso que seja a mãe sempre acha o filho bonito!). Doce ilusão! Na adolescência, ficou magrelo, cabelo crespo, nariz de tucano, orelhas grandes e olhos de peixe morto! Pobre coitado! Era humilhado no colégio. Chegava em casa e chorava no quarto! Em suas pobres orações, acreditava que o próximo ano seria melhor...doce ilusão!

Das inúmeras tentativas de conquistas amorosas, nenhuma obteve bom resultado. Numa, de tanta humilhação que sofreu, pensou em se jogar da laje de sua casa. No entanto, pelo temor religioso e complacência aos seus pais, não o fez. Passaram-se uns anos na vida Dele. Aos19 anos é aceito num mosteiro religioso, por onde permanece por quase 4 anos. Os dois primeiros anos foram de grande aprendizado e crescimento interior. Nos dois últimos anos, de aflição e depressão. Devido aos vários conflitos de identidade mal resolvidos, Nestor deixa o mosteiro e retorna a sua cidade, levando uma vida “normal”.

15 outubro, 2009

A casa do vizinho - Final

Daniel sobreviveu. Escondeu-se em vários reformatórios, passou pela FEBEM. Conseguiu esconder os seus poderes e tornou-se fuzileiro. Passam-se os anos. Joana era uma bela moça de 30 anos, formada em biomedicina e atuando num laboratório que faz pesquisas para o governo. Ela descobre que o governo está caçando vários de sua espécie para formar um super exército, para futuras operações internacionais. Numa visita, Joana é apresentada a um conceituado e jovem engenheiro das forças armadas: Daniel.

Joana fica impressionada e pensa: Será que é ele? O jovem militar fica com os olhos brilhantes e pensa o mesmo. Ele diz: Dra. Joana? Você não morava em....em. De emoção em perceber que a menina dos olhos estava viva e agora uma bela mulher, chora. Joana não se agüenta e exclama: Meu vizinho Daniel! Meu doce vizinho! Daniel fica sem palavras. Joana abraça-o. Daniel a beija com toda alegria e sentimento. Parecia um sonho! Mas era real. Os anos haviam separados, mas se reencontraram pelo desejo que ambos semearam no coração!

Ma e os seus pais? Para onde foram? Estavam vivos? Eis uma questão para resolverem, além de um conflito que estava para começar. Bastava ver na televisão da sala, um canal mostrando uma explosão, o anúncio de um conflito......... só que esta é uma outra história!