Nestor voltou para a Inglaterra. Trabalhou em Londres por mais dois anos e depois voltou ao Brasil. Mesmo com o falecimento de Sayuri, Nestor continuou a visitar a família dela nas suas férias, além de visitar Katsumoto. Além de artes marciais, Nestor começou a praticar alpinismo e Parkour, arte francesa de saltos e acrobacias.
Por mais normal que tivesse sido a vida de Nestor nos últimos anos, ele não se esqueceu daquilo que ele tinha que ser: o Máscara das Sombras. Era hora de entrar em ação, pois tinha uma boa base para começar. Lembrando-se da visão, Nestor “desenhou” a roupa e levou a Jacqueline Monfort, uma estilista francesa residente em Londres. Uma bela loira de 30 anos, esteve metida com drogas e jogos. Ela estava na mão de agiotas perigosos. Nestor salvou-a deles. Num primeiro momento, ele pagou as dividas dela. Depois denunciou a organização para a Scotland Yard. Ela, num total agradecimento, disse que quando Nestor precisasse, faria qualquer coisa por ele. Pois é, Nestor tinha boa memória!
Numa tarde, Jacqueline visitou Nestor. Jantaram em um restaurante no centro de Londres. Colocaram a prosa em dia. Jacqueline deu os pêsames por Sayuri. Nestor agradeceu. Fez um tempo de silêncio, para segurar o choro e disse:
- Bom Jacqueline, lembro-me que você faria qualquer coisa em agradecimento a minha ajuda. Pois bem, tenho algo a lhe pedir. Preciso das tuas habilidades como estilista. Quero que me faça um determinado tipo de roupa. Ela é escura, com capuz, grande, como se fosse uma vestimenta de monge da idade média. Pago o preço necessário.
Intrigada, Jacqueline questiona:
- Mas para que este tipo de roupa Nestor? Não me parece que você quer ir a uma festa a fantasia!
De cabeça baixa, ele diz:
- Quero para fazer aquilo que fiz por ti e por outros: justiça! Estou farto desta época tempestuosa, indiferente, hipócrita e fria que vivemos! Nada pude fazer diante as muitas humilhações que sofri! Nada pude fazer sobre a morte de Sayuri! Mas as pessoas que não podem se defender em alguma hipótese, eu farei o que estiver ao meu alcance! Entende?
- Nestor! Isso que você diz é loucura! Você está no mundo real e não num filme do Batman! Você é de carne, você é real!
- Por isso. Estamos no mundo real. Realmente este mundo está uma droga e algo precisa ser feito. Evidentemente eu não sou Jesus Cristo para salvar o gênero humano, mas alguma coisa eu posso contribuir para que as pessoas mudem.
- Nestor você só pode ter perdido a razão. Você pode morrer numa dessas atitudes heróicas! Não faça isso!
- Olhe Jacqueline, quando estava no mosteiro, eu temia a morte, devido a concepção cristã católica do inferno. Quando conheci Sayuri, ela preencheu o vazio que eu tinha. Deu-me alegria, crescimento como ser humano. Éramos parte um do outro e quando ela morreu, parte de mim foi embora. Portanto, não tenho mais nada a perder! O melhor de mim já morreu e isto é o que sobrou! E outra coisa: você disse que faria qualquer coisa!
Nisto, Jacqueline respira fundo e diz:
- Está bem! Ainda que eu discorde da sua loucura, eu farei levando em conta a nossa amizade e ao que você fez por mim há mais de um ano! Mas cuidado Nestor!
- Fico agradecido.
Conversaram mais um pouco. Nestor despediu-se e foi visitar outro amigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário