02 novembro, 2009

Máscara das Sombras - Parte 13

Sayuri apresentou Nestor aos seus pais: Minoru e Shinobu. Minoru era empresário no ramo de alimentos na região. Shinobu, além de cuidar da casa e dos filhos, era artista plástica. Só que um detalhe: Shinobu era faixa preta (3ºgrau) de Karatê, além de praticar Kendô (arte da espada samurai) e Hapkido coreano. Dava aulas de luta para crianças numa escola especial. Daí que Sayuri herdou o talento e gosto para a coisa.

Nestor conheceu os três irmãos de Sayuri. Myamoto era o mais velho. Estudava engenharia em Tóquio, falava fluentemente inglês e francês, além de ser campeão de Karatê da região. Gunko vinha depois de Sayuri. Tinha 17 anos, estudava na escola técnica de Kyoto, namoradeira e tocava guitarra numa banda de Rock. Depois de Gunko vinha Gobei de 10 anos. Pequeno, mas danado que só. Hiperativo, não parava um instante, além de ser observador.

Após as apresentações, Nestor se dirigiu a família de Sayuri apresentando-se como namorado dela (claro que Sayuri traduzia, pois ele não falava nada de japonês). Todos ficaram surpresos, pois Sayuri nunca foi de correr atrás de homens. Com a tradução de Myamoto, Minoru dirigiu-se a Nestor. Num tom calmo, mas firme perguntou a Nestor tudo o que é de costume: as intenções dele, o que ele estudava, de onde era etc. Nestor contou a Minoru e a família de Sayuri como eles se conheceram, a amizade que se formou antes do interesse amoroso, além do treinamento com katsumoto em Tóquio. Myamoto observava Nestor e prosseguiu com a tradução da frase final do patricarca:

- Caro Nestor. Em nome da família Okayda, damos as boas vindas a você. Aceitamos o seu namoro com Sayuri. Pedimos que mantenha a reta intenção na proposta de namoro transmitida. Seja valoroso e respeite-a. Pedimos a ela o mesmo. Em nome de Minoru Okayda e família, desejamos êxito em seus projetos!

Todos da família fizeram a típica saudação japonesa de inclinar a cabeça. Após a conversa, Myamoto, antes formal e sério, mudou a fisionomia e cumprimentou Nestor com aqueles “toques de manos” e disse: “Bem vindo cara! Você vai curtir muito aqui!” Nestor sorriu e agradeceu a hospitalidade de Myamoto e da sua família. Sayuri exultava de alegria por aquele momento mágico. Foram ao restaurante e depois a uma apresentação musical da cidade.

Através das traduções de Myamoto e Sayuri, Nestor conversou muito com a família sobre o Brasil, a família dele, a trajetória dele até Cambridge, além das tradições e hábitos das regiões do Brasil. Depois, voltaram a casa. Na varanda, junto de Sayuri, Nestor contemplava o belo luar e puseram-se a beijar.

Durante as férias, Nestor conheceu um pouco do Japão e aprendeu um pouco dos conhecimentos da arte ninja. Para dar continuidade na Inglaterra, katsumoto confiou a Sayuri no treinamento de Nestor. Os anos seguintes procederam da mesma forma: aulas, namoro e treinamento com a sayuri, visita aos pais dela, treinamento com Katsumoto.

Nos anos de estadia no estrangeiro, Nestor foi ao Brasil apenas duas vezes. Uma para dar satisfação a empresa sobre os estudos e outra para apresentar Sayuri aos pais e leva-la para conhecer um pouco do Brasil. Locais como São Paulo, Porto Alegre, Brasília e Rio de Janeiro. Além disso, fez questão de levar Sayuri para comer o pastel de feira e ir numa churrascaria. Nesta segunda vinda ao Brasil, Nestor e Sayuri usaram dos seus dotes para escapar de mimados chapados de uma danceteria, além de Sayuri ter dado umas pancadas em um trombadinha que tentou roubá-los. O próprio Nestor continuava a se surpreender com a sua namorada.

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